Mourão diz que resultado nos EUA não mudará política ambiental brasileira

Em setembro, a questão ambiental em relação à Amazônia foi mencionada por Biden em debate eleitoral

Por: Do Estadão Conteúdo  -  04/11/20  -  00:11
Mourão afirmou que combate ao desmatamento deveria ter sito colocado em prática em dezembro de 2019
Mourão afirmou que combate ao desmatamento deveria ter sito colocado em prática em dezembro de 2019   Foto: Alan Santos/Presidência da República

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira (3) que o Brasil não irá mudar sua política ambiental, independente do resultado das eleições americanas. Apontado como favorito nas pesquisas de intenção de voto, o candidato democrata, Joe Biden, fez críticas em relação a questões ambientais relacionadas à Amazônia.


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"Nossa política ambiental é de acordo com a legislação", disse Mourão em entrevista coletiva após reunião do Conselho Nacional da Amazônia Legal. "Em relação a se é Biden ou Trump, nós temos que fazer o certo, porque esse é o nosso dever como governo do Brasil. Fazer com que a lei seja obedecida, senão vira uma bagunça. A política ambiental não muda. Independente do resultado. Segue o baile."

Em setembro, a questão ambiental em relação à Amazônia foi mencionada por Biden em debate eleitoral. Ele afirmou que, se for eleito, irá doar US$ 20 bilhões ao Brasil para preservação da floresta. A falta foi rebatida pelo presidente Jair Bolsonaro, que vem defendendo a reeleição de Donald Trump.

Mourão afirmou que a relação do Brasil com os Estados Unidos é de Estado para Estado, independente do governo, "havendo simpatias ou não". Ele afirmou que existe problemas em qualquer que seja o resultado das eleições, e que a campanha eleitoral pela presidência afetou a própria estrutura da democracia americana.

Questionado sobre as medidas do governo em relação ao desmatamento, o vice-presidente afirmou que não estão de braços cruzados, mas reconheceu que o Executivo não "logrou" êxito na missão de reduzir o número de incêndios na floresta.

"A turma lá é danada. O que quero deixar claro é que estamos fazendo nossa parte. O governo não está de braços cruzados", disse. "Temos que agir nas causas que levam as pessoas a tacar fogo nesses locais, a invadir área pública. Tenho que combater essas causas, se não, não vou combater essa guerra."

Segundo ele, a partir da semana que vem uma série de reunião com diferentes ministérios serão realizadas para definições de metas para questões como o combate ao desmatamento e a regularização fundiária. As definições serão listadas no "contrato de objetivo", como chamou Mourão.

O vice-presidente afirmou ainda, apesar de problemas relativos à proteção da Amazônia, o Brasil "não é o vilão" e que outros países também têm metas previstas em acordos internacionais a serem cumpridas. Ele afirmou ainda que não se pode "olhar o meio ambiente só pelo viés de preservação de território". "Temos matriz energética que não queima petróleo nem carvão", citou como exemplo.


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