Especialista aponta que alfabetização bilíngue é benéfica: 'Quanto mais línguas, melhor'

Primeiros contatos com língua estrangeira na infância devem ter caráter lúdico

Por: Yasmin Vilar & De Atribuna On-line &  -  11/04/19  -  18:29
  Foto: Divulgação/ Colégio Verde Que Te Quero Verde

O período da alfabetização na infância é um dos momentos que marcam o início da vida escolar. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro de 2017, o aluno deve desenvolver a competência nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental. E quando deve ser iniciada a alfabetização em outra língua? A especialista em metodologia de alfabetização bilíngue, Priscilla Lucena, afirma que “quanto mais cedo, melhor”.


Um estudo da Universidade da Colúmbia Britânica analisou como os bebês percebem a linguagem. A pesquisa apontou que crianças que já têm a língua materna são capazes de notar a diferença entre as línguas ao ouvir expressões.


Coordenadora de ensino bilíngue da Escola Verde Que Te Quero Verde, a pedagoga explica que pesquisas afirmam que a inserção da língua estrangeira na infância é benéfica. “Existe uma divergência entre teóricos sobre o assunto. Alguns apontam que, quando adulto, a pronúncia não é perfeita por questões fisiológicas. A musculatura da língua se acostuma com a língua materna e enrije-se”. Além disso, Priscilla aponta que a nova língua estimula a cognição da criança


Uma das preocupações dos pais é de que aprender uma língua estrangeira possa vir a interferir na alfabetização em português, mas a especialista adverte e ressalta: “Línguas demais nunca interferem”.  


Nos primeiros anos de vida, é recomendado que a criança conheça a língua por meio de experiências, uma das técnicas empregadas pelo colégio a partir de 1 ano e meio. Os primeiros contatos acontecem por meio de músicas, alimentos, brincadeiras e até histórias na língua escolhida. “Um dos métodos que podem ser utilizados é o da leitura circular. A criança ouve uma história infantil com palavras repetidas e consegue associar a figura com a palavra”, exemplifica Priscilla.


Após a alfabetização em português, a criança tende a usar a sonoridade para escrever palavras em inglês por ainda não conhecer a pronúncia das letras. “Ser bilíngue é usar todo o repertório linguístico da criança. Não há problema algum em aprender apenas o português primeiro. Caso a criança seja alfabetizada primeiramente em português, usará desse repertório linguístico para começar a escrever em inglês. Com o passar do tempo, ela entenderá que algumas palavras são escritas de forma diferente”, finaliza.


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