Educação é forma de evitar abuso de crianças e jovens

Data nacional, lembrada neste sábado, busca prevenir e enfrentar violência sexual nessas faixas

Por: Da Redação  -  19/05/19  -  00:12
Médica legisla e sexóloga criminal proferiu palestra na Associação Comercial de Santos
Médica legisla e sexóloga criminal proferiu palestra na Associação Comercial de Santos   Foto: Irandy Ribas

Crianças com dificuldade para dormir, ir ao banheiro ou que apresentem agressividade repentina podem estar sofrendo algum tipo de violência sexual. Neste sábado (18), é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, com o objetivo de prevenir e enfrentar o problema.


“Toda vítima de violência sexual apresenta algum tipo de manifestação, seja psicológica, comportamental ou física. Principalmente no caso de crianças, porque elas não conseguem fazer a denúncia. Elas não têm a formação da sexualidade”, explica a médica legista e sexóloga criminal Mariana Silva Ferreira.


Ela esteve na sexta-feira (17) na Associação Comercial de Santos (ACS), onde fez uma palestra de alerta para pessoas que trabalham com crianças e adolescentes.


Ocorrências


Segundo o Disque 100 (canal para este tipo de denúncia), no Brasil, 88% dos estupros acontecem dentro de casa, e em 78% dos casos a vítima tem menos de 14 anos de idade.


Para ganhar a confiança da criança, o agressor, que em 82% das vezes é conhecido da família da vítima, diz a ela que vai fazer um carinho ou que aquilo é apenas uma brincadeira.


Quando isso acontece, a vítima apresenta insônia, dores físicas e se recusa a ir ao banheiro, porque sente dor nas partes íntimas.


Denúncias


Para detectar esses pequenos sinais, os pais ou responsáveis devem conhecer as crianças e ficar atentos ao comportamento.


“Claro que o pai ou a mãe não têm preparo para tirar essa informação, mas eles vão conversar e perguntar o que está acontecendo, evitando induzir as respostas”, explica Mariana.


O agressor também pode ser facilmente identificado. Geralmente, são pessoas agradáveis e solícitas além do comum, que dão atenção e foco exagerados a uma criança. 


Outras características são a de querer estar sempre perto e tocar a vítima com frequência, além de fazer convites e dar presentes a ela sem um motivo específico.


A denúncia pode ser feita aos conselhos tutelares, à polícia ou ao Disque 100. Em todos os casos, o denunciante tem o direito de ficar no anonimato.


Prevenção


A especialista comenta que a melhor forma de prevenir abusos é conversar. Desde que a criança começa a desenvolver a linguagem, ela já tem de saber quais são suas partes íntimas e quem pode ter acesso a elas.


“Falar para elas quem pode e quem não pode tocar e de que forma. E elas conseguem entender muito bem. A única ferramenta é a educação”, afirma.


Para quem ainda tem receio de abordar esse assunto com crianças tão pequenas, a médica faz um alerta. “Prevenção à violência sexual não é a mesma coisa que ensinar a fazer sexo. As pessoas confundem muito”, completa.


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