Setor imobiliário reage e amplia venda na Baixada Santista

Mercado ainda não retomou nível pré-pandemia, mas comercialização já equivale a 50% do período anterior a março, na quarentena

Por: Júnior Batista  -  20/09/20  -  21:19
Santos tem três novos casos suspeitos de coronavírus
Santos tem três novos casos suspeitos de coronavírus   Foto: Silvio Luiz/AT

Apesar dos efeitos da pandemia na economia, o mercado imobiliário da Baixada Santista reagiu a ponto de surpreender os profissionais do setor. A avaliação é de entidades da construção civil e empresários do setor.


Segundo o Sindicato da Habitação (Secovi), a comercialização já equivale a 50% do que se vendia antes de março, início da quarentena. Poderia estar melhor, mas a queda esperada pelo setor não aconteceu.


Em meio à queda dos juros do crédito, os compradores aproveitaram para negociar, principalmente quem tinha poupança. Segundo o mercado, os clientes fizeram up grade (trocar por um maior) ou compraram o segundo imóvel para faturar com aluguel.


Pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), realizada pela Brain em 132 cidades de todo o País, indica que a intenção de compra está maior. Em março, 24% dos consumidores consultados manifestaram vontade de comprar um imóvel. Em agosto, esse número já é de 40%, mostrando um melhor ânimo para adquirir a casa própria.


Demanda reprimida


O presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Ricardo Beschizza, não vê “aquecimento”, mas reconhece que há vendas acontecendo, principalmente de demandas reprimidas.


“O mercado está andando na medida do possível. Está se vendendo o que é possível de acordo com a demanda reprimida. São pessoas que estavam em dúvida e acharam uma oportunidade”, diz.


Na visão do diretor do Secovi na Baixada, Carlos Meschini, há diferenças entre cidades, umas com mais ou menos negócios, no entanto, em geral, o setor caminha. “Praia Grande não parou na pandemia. Uma parte disto é pela flexibilidade na movimentação na venda. Tanto construtor quanto vendedor são mais flexíveis, aceitam trocas por outros apartamentos ou veículos”.


Especialista em assessoria econômica e pesquisa imobiliária, Robert Michel Zarif avalia que as vendas na Capital e no Litoral Norte crescem mais rápido, mas que há muito potencial de investimento na Baixada.


Tendências


“Santos possui terrenos ociosos no Centro que poderiam viabilizar habitações populares, porque a localização é atrativa, a 15 minutos dos bairros nobres e da praia”comenta Zarif.


“Na Capital, ganham espaço os apartamentos de dois dormitórios mais enxutos, com 37 m² por exemplo”, diz ele, citando também São Vicente como potencial para lançamentos nos próximos anos.


Meschini tem posição parecida. “São Vicente vem mudando o Plano Diretor, as leis de ocupação de uso do solo, o que poderá atrair investidores a partir de 2021 e 2022”, diz.


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