Onde Investir: Dólar na diversificação

Para o investidor, não dá para ficar sem aportar no dólar ao diversificar (dividir-se entre ações, renda fixa, fundos)

Por: Marcelo Santos  -  17/04/21  -  19:21
 Para ter proteção, a forma mais tradicional é comprar em casa de câmbio
Para ter proteção, a forma mais tradicional é comprar em casa de câmbio   Foto: Agência Brasil

Apesar das previsões contra o dólar, algumas até catastróficas, pelo menos para os brasileiros pouca coisa mudou. Bastou o Governo Bolsonaro se aproximar mais da irresponsabilidade fiscal (indicar que vai gastar mais do que o bom senso permite) que a moeda americana voltou a ganhar fôlego. Nas últimas semanas, tem revezado na casa dos R$ 5,60 com a dos R$ 5,70. É bem mais do que esperavam economistas para este ano.


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Para o investidor, não dá para ficar sem aportar no dólar ao diversificar (dividir-se entre ações, renda fixa, fundos). A recomendação dos analistas é destinar até 5% dos seus recursos na moeda ou conforme suas obrigações em dólar. São pessoas que precisarão da divisa para viajar ao exterior, pagar dívidas em dólar ou fazem importações regularmente. Basta investir igual quantia à desses compromissos – se o câmbio disparar ou despencar, sua rentabilidade e a alta dos custos de seu compromisso vão equivaler.


Para fazer proteção (a operação citada acima) ou ter um quinhão dos seus investimentos em dólar, a forma mais tradicional é comprar em casa de câmbio. Há outras opções, como fundos cambiais, que cobram taxa de administração, ou até ETF de cesta de moedas.


Ao investir em dólar, fique consciente que a moeda é muito volátil, bem sensível às confusões de Brasília e, obviamente, às decisões do governo americano. Por isso, nunca concentre muito do seu patrimônio em câmbio. Estando diversificado, o investidor acrescenta aos seus resultados uma ótima rentabilidade ou pulveriza as perdas em caso de queda de determinado ativo.


Se você vai começar no câmbio, compre todo mês e não espere as cotações caírem, pois isso pode demorar. Comprando picado, os custos das altas são diluídos ao longo dos meses. Se vai viajar sabe-se lá quando, jamais compre em cima da hora, pois pode ficar exposto a uma disparada da cotação e seu passeio ganhar uma despesa extra de, por exemplo, 30% – experiência do colunista.


Correlação com bolsa


O investimento no dólar ou em fundos cambiais também é interessante para quem tem recursos na bolsa e busca uma proteção contra a volatilidade das ações. Segundo analistas, quando a bolsa entra em uma sequência de perdas, o dólar costuma ir no sentido contrário. Neste caso, sua prioridade não será fazer fortuna com o câmbio, mas compensar o prejuízo temporário que tem com as ações. Não se esqueça que moedas costumam ser muito voláteis.


Fundos cambiais


Para investir em fundos cambiais, antes verifique se ele está concentrado em dólar ou se tem outras moedas, como asiáticas, caso sua intenção seja fazer proteção frente a um compromisso, por exemplo, em moeda americana. Esses fundos também são bem voláteis. Em um mês rendem 5% e ficam negativos nos três meses seguintes. O que interessa é a rentabilidade em um período maior. Não invista em fundos cambiais se for precisar desse dinheiro no curto prazo.


Dólar em espécie


O dólar em espécie é vantajoso para objetivos de curto prazo, como viagens de férias, intercâmbio ou cursos no exterior. Para adquiri-lo faça preço médio – compre aos poucos cada mês até atingir o orçamento de seu compromisso. Se for especular (comprar e vender de forma constante), sofrerá perdas como taxas das casas de câmbio e o IOF mais elevado que o dos fundos cambiais. Há ainda o risco de guardá-lo em casa ou ser assaltado quando for negociá-lo.


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