Onde Investir: Conservador em 2020

Neste momento de queda dos juros e rendimento sem graça da renda fixa e outros fatores pode empurrar muitos investidores a produtos arriscados e que destoam do perfil da maioria, mais conservador

Por: Marcelo Santos & Editor &  -  28/12/19  -  22:41
Pode apostar no prêmio da virada do ano nas lotéricas ou pelo site oficial
Pode apostar no prêmio da virada do ano nas lotéricas ou pelo site oficial   Foto: USP/ Imagens

Na última coluna do ano, o olhar obrigatoriamente se volta para as oportunidades de investimento em 2020. Basta continuar no mesmo ritmo do último trimestre de 2019, de olhar para o risco, como fundos de ações ou imobiliários e os multimercados. Porém, a regra mágica da sobrevivência é jamais esquecer da renda fixa. Aliás, mantenha de 70% a 90% de todos os seus recursos em renda fixa, como fundos (não de ações), títulos do Tesouro Direto, CDB e LCI.


É comum investidores buscarem respostas prontas para aplicar suas economias. Por exemplo: tenho R$ 20 mil, onde aplico? Ter dúvida é comum, mas o maior crime é não ler cotidianamente o noticiário de economia nem buscar o mínimo conhecimento de finanças. Neste momento de queda dos juros e rendimento sem graça da renda fixa, a falta de informação, associada à ganância, pode empurrar muitos investidores a produtos arriscados e que destoam do perfil da maioria, mais conservador.
Antes de pensar no rendimento, é preciso ter segurança – de que seus recursos vão superar, mesmo que comedidamente, a inflação e o CDI (veja a nota sobre o que é CDI). Portanto, separe todo o seu dinheiro em dois grupos. O primeiro (de 70% a 90% do total) para produtos conservadores e o restante (10% a 30% do total) para o risco.


O leitor deve perguntar por que ter uma parcela conservadora tão grande, principalmente agora que a bolsa sobe 35% ao ano, enquanto Selic e CDI estão na casa dos 4%. Porque em caso de surpresas, desde atentados e catástrofes naturais a assassinatos de presidentes e epidemias, a renda variável é a que mais sofre. Se uma ação devido a um escândalo pode cair 30% em um só dia, a bolsa inteira despenca no mesmo ritmo sob uma notícia inesperada. Não se deve esquecer de eventuais tuítes de Trump e até de Bolsonaro e ataques cibernéticos com potencial altamente nocivo ao mercado.


Na quinta-feira, após a bolsa bater recorde aos 117 mil pontos, um analista ouvido pela Agência Estado bem lembrou que a Bovespa subirá mais – exceto algum fato “negativo sobrevenha”. Para operadores, 2020 será positivo, mas uma recessão demorada se vislumbra para 2021 devido à queda dos juros dos bancos centrais, inclusive já negativo em vários países. Por isso, também nos países ricos, mais gente é convidada a investir no risco para melhorar seus ganhos. Imagine se houver um grande baque e quantos vão perder suas economias por ignorarem os alertas.


O que é CDI


Quem faz investimento financeiro está obrigado a acompanhar o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), taxa que representa os juros dos empréstimos de um banco para outro e, por isso, ao lado da inflação, é a referência da renda fixa – você precisa atingir esses juros como rentabilidade mínima. Agora está a 4,4% ao ano. Se seu investimento render menos que isso, é melhor pesquisar outras opções. O CDI é muito parecido à taxa Selic, mas muda diariamente e deve ser observado também no percentual ao dia ou mensal. O CDI pode ser facilmente encontrado na internet ou nos Indicadores, abaixo desta coluna.


Dólar em 2020


Há um mês, os analistas de mercado consultados semanalmente pelo Banco Central apostavam, em média, que o dólar chegará ao final de 2020 a R$ 4,00. Agora, a expectativa é de R$ 4,10. O cidadão comum que viaja ao exterior também precisa olhar para essas previsões. Porém, o costume geral é deixar a aproximação da viagem para comprar todos os dólares e euros em cima da hora. O problema é que muitas vezes isso coincide com disparadas inesperadas. Compre aos poucos todo mês para reduzir seus riscos. Neste caso, a operação não é para faturar como investimento, mas para se proteger das flutuações.


Troca só em janeiro


Ganhou roupa de presente de Natal e vai trocar? Se o cupom de troca permitir, deixe para ir à loja em janeiro, quando as grandes redes dão descontos mais interessantes sobre o encalhe de final de ano. Por exemplo, ao invés de apenas escolher uma camiseta de um tamanho menor ou maior, dê uma geral por peças do saldão, como bermudas, e pergunte se elas estão incluídas nas possibilidades de troca. Quem sabe você consegue uma roupa mais adaptada ao seu gosto que antes custaria muito mais caro. Há redes que topam ainda até dar um troco em reais se a peça que for selecionada for mais barata que a original.


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