Coronavírus faz a bolsa despencar e assusta investidores; entenda os impactos da doença na economia
Momento é de dúvida para a economia global, já que epidemia afeta cadeias de produção de empresas
O avanço da epidemia de coronavírus pelo mundo provocou grandes impactos na economia, gerando preocupação em investidores e empresas, que tiveram sua cadeia de produção afetada em diversas esferas. No Brasil, o cenário é de dúvida. Com a chegada do primeiro caso confirmado da doença em São Paulo, a Bovespa chegou a registrar queda por volta de 7% na reabertura dos mercados no Brasil nesta quarta-feira (26).
Apesar de o maior número de casos confirmados da doença concentrar-se na China, o temor de uma pandemia passou a aumentar recentemente. Autoridades registram a paralisação de produção e consumo na China, e também em países como Coréia do Sul, Irã e Itália.
De acordo com o professor doutor Fábio Mossini, que é professor de Economia do curso de Administração da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), o coronavírus ainda é uma grande dúvida para o mundo. “Essa dúvida gera problemas em várias esferas, porque essa insegurança extrapola em todas as áreas de todas as empresas”, conta.
O economista diz que a epidemia não afeta apenas a bolsa de valores. “Ela gera uma falta de perspectiva generalizada. Então a Vale, por exemplo, cujo principal cliente é a China, será que vai continuar exportando? Eles vão continuar comprando da gente?”, indaga. Ele destaca a força da China como um parceiro econômico do Brasil, ressaltando que a ruptura pode, inclusive, abalar a relação econômica entre os dois países.
No Brasil, a Petrobras deverá ter o saldo do primeiro trimestre impactado em razão da queda no preço internacional do petróleo, considerando, ainda, que a China é um dos principais clientes para exportação.
Como uma epidemia afeta os investimentos?
Fábio Mossini explica que, quando temos dinheiro poupado e investido, por exemplo, a expectativa é de que haja renda. “Se você corre risco de perder, o primeiro impulso é retirar, na expectativa de não ter ganho. É exatamente o que todo mundo vai fazer, gerando uma ruptura com a bolsa de valores no caso do coronavírus”, explica.
Ativos como o ouro, investimento considerado de menor risco, tiveram um salto no valor nos últimos dias. A busca de investidores fez com que, na segunda-feira (24), a cotação fosse para o maior valor em sete anos, correspondente a US$ 1.684,60 a onça (28,34 gramas).
O economista conta que, entre as empresas que sofreram com a queda da bolsa, estão companhias aéreas, empresas de combustíveis, turismo, tecnologia, eletrônicos e automóveis, principalmente na China.
“Agora não é mais um problema chinês, é um problema de vários países, inclusive do nosso. Isso significa que nós ainda vamos descobrir como vai ser daqui para a frente. As pessoas querem abrir mão de correr risco”, finaliza.
