Consumo sustentável se adapta à pandemia

Clube de Trocas migra para ambiente virtual

Por: Beatriz Araujo & Colaboradora &  -  18/08/20  -  02:00
Por meio do site do OxiGênio Criativo, é possível escolher os produtos
Por meio do site do OxiGênio Criativo, é possível escolher os produtos   Foto: Matheus Tagé/AT

A roupa mais sustentável é aquela que já existe. Este é um dos princípios do Clube de Trocas On-line, promovido na região pela rede de impacto sustentável OxiGênio Criativo. A iniciativa, que busca a sustentabilidade na forma de consumir novas roupas e acessórios, antes ocorria de forma presencial e, por conta da pandemia da covid-19, ganhou uma versão digital que tem atraído novos simpatizantes.


“Com o Clube de Trocas, a gente deixa de ser refém da compra como única forma de consumo”, explica Mariane Costa, idealizadora do projeto e cofundadora do OxiGênio. Ela explica que esse tipo de atividade permite que cada vez mais pessoas tenham acesso à moda circular e vejam que é possível colocá-la em prática. “É mais fácil do que parece”.


Presencialmente, foram realizadas 11 edições do Clube de Trocas desde 2018 e, de forma digital, já foram trocadas cerca de 50 peças desde maio - quando foi criado o sistema on-line. Com uma mensalidade R$ 7,00, cada membro do clube pode registrar até sete peças durante o mês, para serem trocadas.


Na sequência, cada um dos itens enviados se transforma em uma uma “moeda social”, chamada de O2 (símbolo químico do oxigênio). Se forem cadastradas sete peças, a pessoa pode “comprar” sete novos itens, com suas moedas disponíveis. Desta forma, as trocas não precisam ser mútuas.


São aceitos roupas, sapatos, bolsas e acessórios - femininos, masculinos e infantis. As peças devem estar limpas e em bom estado. Todas as descrições referentes a elas, assim como sua história, caso haja alguma, estarão disponíveis na vitrine do Clube de Trocas. As entregas são combinadas diretamente entre os interessados.


“Durante um ano no Clube de Trocas, você gasta R$ 84,00 e tem a possibilidade de ter 84 peças diferentes que circularam e ganharam novas utilidades”, ressalta Mariane.


Para fazer parte desta rede de trocadeiras, apelido dado às participantes do clube, é preciso se cadastrar no site. Neste mesmo link, há informações complementares sobre o funcionamento do projeto.


Mudança de hábito


“Nesta parada obrigatória ocorrida por conta do coronavírus, as pessoas acabaram saindo do automático e começaram a se questionar mais sobre o que compram”, destaca Andrea Campanillo, co-fundadora do OxiGênio Criativo. “O que você compra reflete muito no que você quer para sua vida e no que você acredita”, complementa.


Ela considera que o “poder de compra” consegue se transformar em um aliado na busca por um mundo mais sustentável e uma economia mais limpa.


'Trocadeira'



Para Amanda Teodoro, o Clube de Trocas "é o futuro". (Foto: Arquivo pessoal)

O body e a bolsa que Amanda Teodoro da Silva, de 25 anos, usa na foto acima se tornaram peças especiais em sua rotina e foram adquiridos por meio do Clube de Trocas. Apesar de ter conhecido a iniciativa antes da pandemia, Amanda só conseguiu participar agora, com a versão on-line, pois seus horários de trabalho pré-pandemia não eram compatíveis com os dos eventos. 


Frequentadora de brechós e desapegos desde os 18 anos, Amanda encontrou no projeto uma forma de “se conectar com outras pessoas, épocas, sentimentos e emoções por meio de peças”. Para ela, esse tipo de negócio “é o futuro”.
 


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