Carne aquece a inflação em todo país

Bovinos puxaram alta do IPCA, de 0,51% em novembro; governo diz que preço caiu 9%

Por: Da Redação com informações do Estadão Conteúdo  -  07/12/19  -  14:33
Estados Unidos retomam importação de carne in natura do Brasil
Estados Unidos retomam importação de carne in natura do Brasil   Foto: Carlos Nogueira/ AT

A inflação oficial, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 0,10% em outubro para 0,51% em novembro, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Como era esperado pelos economistas, a carne bovina, devido ao aumento das exportações para a China, teve forte aumento de demanda, repercutindo internamente na alta dos preços de 8,09% em novembro ao consumidor brasileiro.Este percentual, porém, é uma média nacional e o peso no bolso pode ter sido bem maior em algumas regiões do País.


Preocupado com a repercussão na imprensa com a carne mais cara, o Ministério da Agricultura veio a público nessa sexta-feira (6) para afirmar exatamente o contrário, que o preço do produto caiu. Esse recuo, entretanto, será registrado somente no próximo IPCA, daqui a um mês.


O governo diz que a queda de 9% se deu na primeira semana de dezembro. Provavelmente o cálculo é do preço da fazenda para o frigorífico e não nos supermercados. Contudo, a ministra Tereza Cristina diz que há um ajuste que vai estabilizar o mercado.


O cálculo do IPCA leva em conta a variação de preços de produtos de uma cesta de consumo de famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos em dez regiões metropolitanas mais Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.


Variação anual


A variação acumulada pelo IPCA em 11 meses do ano está em 3,12% e nos últimos 12 meses, em 3,27%. Faltando apenas um mês para o fim de 2019, ambos rodam com folga abaixo da meta de 4,25% do ano, que o Banco Central mira ao calibrar a taxa Selic, mas o que surpreendeu foi o ímpeto da alta da inflação de um mês para o outro.


A carne bovina foi o principal fator de pressão sobre o IPCA. O consumidor doméstico paga mais porque o aumento de compras pela China valoriza o produto internamente e também pela redução de oferta no mercado doméstico por causa da venda de volumes maiores ao exterior.


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