Cafés especiais do Brasil ganham exterior

Destaque para os grãos gourmets, da mais alta qualidade, que responderam por 7 milhões de sacas, até novembro

Por: Da Redação  -  03/02/20  -  17:15
Segundo Ronaldo Jamar Taboada, produtor brasileiro tem se qualificado e aproveitado as oportunidades
Segundo Ronaldo Jamar Taboada, produtor brasileiro tem se qualificado e aproveitado as oportunidades   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Enquanto o consumo de café no mundo sobe, o País bate recordes de exportação do grão. Entre janeiro e dezembro do ano passado, 40,6 milhões de sacas saíram do Brasil, mundo afora, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Nesse mar de café, destaque para os grãos gourmets, da mais alta qualidade, que responderam por 7 milhões de sacas, até novembro. 


De acordo com Ronaldo Jamar Taboada, sócio da empresa Five Star Service Comércio Exterior Ltda., o produtor brasileiro tem se qualificado e aproveitado as oportunidades desse mercado em expansão. De acordo com ele, o crescimento é entre 1% e 2% ao ano. 


“Ao longo dos últimos anos, têm aumentado muito os concursos de cafés regionais, que são muito importantes porque reúnem os produtores. Com isso, se destacam os melhores cafés. As pessoas observam essas notícias e isso tudo provoca uma curiosidade que não existia”. 


Esse cuidado maior com o café, segundo Taboada, é possível graças às consultorias e assessorias prestadas. “Nós tomamos conta dele (produtor rural) e o credenciamos nos órgãos competentes. Se quiser vender aos Estados Unidos, por exemplo, damos suporte para cadastrá-lo no FDA (órgão de controle norte-americano)”. 


Nicho


De acordo com Taboada, há uma procura muito intensa dos consumidores por cafés melhores. “Não existe café ruim. Café bom é aquele de que você gosta, só que essa vertente dos diferenciados tem feito com que compradores internacionais olhem mais esse nicho, que agrega muito valor, com um risco menor”.


Ele explica que o produtor rural, que trabalha com grãos especiais, tem procurado muito o mercado internacional direto. “Em um contêiner com 320 sacos, você poderia embarcar o café convencional a US$ 60 mil ou US$ 70 mil (entre <CW-19>R$ 257,1 mil e R$ 300 mil) ou conseguir mais do que o dobro, talvez o triplo, com o café diferenciado”.


Ao mesmo tempo que o mercado internacional é desejado, Taboada ressalta que o mercado interno e a bolsa, por exemplo, devem ser levados em consideração. Segundo o empresário, a exportação sempre requer mais tempo entre vender, preparar, embarcar e receber. 


"O produtor tem que avaliar esse período todo que vai estar sem recurso financeiro. Se quiser liquidez, vai ter que buscar no mercado interno, onde receberá à vista ou com cinco ou sete dias de prazo para pagamento”. 


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