Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do presidente eleito, Jair Bolsonaro, deverá assumir o que sobrar do Ministério do Trabalho, que deve ser incorporado a uma outra pasta, e, com isso, ganhar mais condições para aprofundar a reforma trabalhista, como já vem sendo falado desde a campanha eleitoral.
Uma das medidas deve ser a criação da carteira de trabalho verde e amarela. Ela será destinada a quem entrar no mercado do trabalho, que poderá optar entre a novidade e a carteira atual, de cor azul, que continuará existindo no País.
O documento novo, no entanto, deverá garantir apenas os direitos constitucionais, como férias remuneradas, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), uma vez que são direitos considerados cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser alterados enquanto a Constituição existir.
Porém, o que estiver fora do previsto na lei máxima do Brasil pode ser alterado, como duração da jornada de trabalho e regime de férias, que podem ser negociados entre patrão e empregado.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, apenas os novos trabalhadores, sem nenhum vínculo empregatício, poderão fazer a opção pelas carteiras.
A carteira verde e amarela também servirá de passaporte para a nova Previdência, com o sistema de capitalização, com contas individualizadas para poupança.
Vale destacar que, durante a campanha eleitoral, Guedes informou à GloboNews que a carteira azul representaria o emprego tradicional. “Porta da esquerda: você tem sindicato, legislação trabalhista para te proteger, encargos” . Ou seja, a CLT valeria apenas para o que foi chamado de sistema “antigo”.
Um ano
As novidades foram destacadas no domingo (11), quando a reforma trabalhista completou um ano de vigência.
O resultado positivo, até agora, foi a redução no número de ações registradas na Justiça do Trabalho. A queda ficou, em média, de 36% no País, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho.
Mas, especialistas afirmam que a redução se deve ao medo de os trabalhadores perderem o processo e terem de arcar com os honorários advocatícios. Isso mesmo se for beneficiário da Justiça gratuita.
Sindicalistas também criticaram a reforma. “Ela serviu para tirar direitos e não gerou os empregos que tanto falaram”, disse o presidente da central CSB, Antonio Neto.