Brasil registra maior deflação do Plano Real

Com pandemia, gasolina cai e alimento sobe

Por: Da Redação  -  27/05/20  -  19:41
Saber quais os gastos diários e o orçamento é fundamental para readequar as finanças
Saber quais os gastos diários e o orçamento é fundamental para readequar as finanças   Foto: Agência Brasil

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou deflação (queda de preços) de 0,59% neste mês. A taxa é menor do que a observada em abril deste ano (-0,01%) e em maio do ano passado (0,35%).


O IPCA-15 também é um dos primeiros índices com efeitos da pandemia, com o isolamento travando segmentos inteiros, como o da aviação e do turismo.


>> Confira os efeitos causados pela pandemia de Covid-19 na economia brasileira 


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a a maior deflação mensal do desde o início do Plano Real, em 1994. Com o resultado de maio, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 0,35% no ano e de 1,96% em 12 meses.


Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação em maio. Os transportes registraram a maior queda de preços (-3,15%) e foram os principais responsáveis pelo resultado do IPCA-15 neste mês.


Os preços dos combustíveis recuaram 8,54%, puxados pela gasolina (-8,51%). O etanol recuou 10,40%, o óleo diesel, 5,50% e o gás veicular, 1,21%. Entretanto, a Petrobras voltou a reajustar os preços e a gasolina já subiu 12%, o que deve se manifestar no IPCA.


As passagens aéreas saíram de uma alta de 14,83% em abril para uma queda de 27,08% em maio, contribuindo com -0,17 ponto percentual para o IPCA-15 deste mês. Houve reduções de tarifas em todas as áreas pesquisadas.


Outros grupos com deflação foram habitação (-0,27%), vestuário (-0,20%), saúde e cuidados pessoais (-0,13%) e despesas pessoais (-0,09%).


Por outro lado, os alimentos e bebidas, com alta de preços de 0,46%, evitaram uma queda maior do IPCA-15. Entre os itens com maior inflação destacam-se a cebola (33,59%), a batata-inglesa (16,91%), o feijão-carioca (13,62%), o alho (5,22%) e o arroz (2,59%).


Por outro lado, a cenoura saiu de uma alta de 31,67% no IPCA-15 de abril para uma queda de 6,41% em maio. As carnes recuaram 1,33%, contribuindo com -0,03 ponto para a deflação deste mês.


Fora de casa e delivery


A alimentação fora do domicílio (inclui delivery) desacelerou de alta de 0,94% em abril para aumento de 0,13% em maio. O lanche ficou 0,64% mais caro em maio, após ter subido 3,23% em abril.


Outros grupos de despesa com inflação foram: artigos de residência (0,45%), educação (0,01%) e comunicação (0,22%).


A diferença entre o IPCA e o IPCA-15 está apenas no período da apuração. No primeiro caso, a coleta de dados se refere aos 30 dias do mês, enquanto o IPCA-15 é calculado entre o dia 16 e o 15 do período seguinte. 


*com informações de Agências


Logo A Tribuna
Newsletter