Ainda há vagas de emprego no comércio regional

Em alta nesta época, empregos temporários podem ser a porta de entrada para uma futura efetivação

Por: Da Redação  -  28/11/18  -  09:52
José Nilson busca recolocação há um ano e mira ser efetivado antes mesmo do fim do temporário
José Nilson busca recolocação há um ano e mira ser efetivado antes mesmo do fim do temporário   Foto: Rogério Soares/AT

Entrada para o mercado de trabalho e alternativa em tempos de crise, as vagas temporárias do comércio da região estão em alta no final de ano. A expectativa de vendas aquecidas para o Natal e o volume de turistas esperado na alta temporada injetam ânimo no setor. As empresas já se movimentam para atender a demanda crescente e quem está em busca de uma vaga, pode ter esperança: a seleção de pessoal ainda ocorre pelas lojas da região.


Os que conseguem furar o bloqueio do desemprego se empenha para permanecer na empresa ao final do período de intermitência. A dedicação não é para menos. Segundo a Associação Brasileira de Trabalho Temporário (Asserttem), cerca de 15% dos selecionados para as vagas criadas nesse período têm chance de continuar na empresa. Entidades que representam o comércio da região citam que até dois em cada cinco postos temporários devem ser efetivados.


Esse é o caso da vendedora Tuane Cristina Siqueira, 25 anos. Após duas temporadas consecutivas como temporária e cobrindo férias de outros funcionários nesse período, ela foi efetivada numa loja de calçados. “Fiz com muita dedicação as minhas funções e, com isso, me destaquei. A recompensa veio com a carteira assinada”.


A Asserttem projeta que ao menos 430 mil postos de emprego serão criados entre setembro e dezembro – número 22% maior que em 2016. Contudo, ainda inferior aos 13 milhões de brasileiros que buscam uma recolocação no mercado profissional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


“Via de regra, as posições continuam a aparecer até o começo do mês de dezembro, ou seja, ainda dá tempo de conquistar uma recolocação”, afirma o presidente do Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista (SincomércioBS), Omar Abdul Assaf.


Dedicação


Contratado nessa semana em uma loja de roupas no Centro de Santos, José Nilson da Hora Junior, 33 anos, afirma se dedicar para obter a efetivação antes mesmo de esgotar o período de trabalho. Em busca de uma recolocação há quase um ano, após ser demitido do setor de radiologia de um hospital privado, ele passou por vagas em call center e foi motorista de aplicativo.


“Não tinha experiência em vendas, mas sou dedicado. Aprendo algo a cada dia e isso é bom para meu currículo”, diz.


A estudante Marcely Santana de Andrade, 18 anos, conquistou a primeira oportunidade profissional numa loja de calçados, também no centro de Santos. “Espero vender muito e mostrar meu potencial. É bom ter um dinheirinho no final do mês e ganhar experiência profissional. Estou gostando muito”.


Volume


Pesquisa do SincomércioBS aponta que pouco menos da metade (46%) dos comerciantes da região deve contratar trabalhadores temporários para o fim de ano.


Dentre os que aumentarão a equipe, a maior parcela (55%) planeja selecionar dois funcionários extras. Essa é a previsão de Ronald Marça, dono de uma loja de roupas infantis.


"Vou verificar como o movimento se comportará nos próximos dias. Espero ter o reforço de mais duas pessoas. As vendas já começam a melhorar”.


Planejamentos


Um em cada quatro empresários com planos de ampliar o número de colaboradores pretende contar com o reforço de uma contratação. Outros 10%, o planejamento é contar três funcionários, e igual percentual planeja quatro ao mais colaboradores.


“Isso é um bom sinal para a nossa região. Nos piores dias da crise, o comércio admitia um ou nenhum colaborador para o período (fim de ano), mas com a lenta melhora, é possível identificar que quem contratava um, hoje contrata dois”, continua Assaf.


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