Velhos hábitos: são inimigos ou aliados do câncer

Segunda-feira (8) é o Dia Mundial de Combate à doença, que deve registrar 1,2 milhão de novos casos no Brasil entre 2018 e este ano

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  07/04/19  -  17:37
Professora de Geografia Julyana Machado abraçou a caminhada e a meditação
Professora de Geografia Julyana Machado abraçou a caminhada e a meditação   Foto: Irandy Ribas/ AT

Segunda-feira (8) é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018, a estimativa é de que tenha havido cerca de 582 mil novos casos no país. Número que pode chegar a 1,2 milhão no chamado biênio 2018/2019.


Segundo estudos da instituição, muitas das causas da doença ainda estão relacionadas aos hábitos, como fumar, beber, não se alimentar corretamente e ter uma vida sedentária. 


A notícia boa é que pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP (FMU-SP) apontam que, se relacionados os casos de mortalidade à idade, esses números tendem a diminuir. “O câncer é uma doença, principalmente, do envelhecimento. Quando começamos a comparar a mortalidade por câncer de acordo com a idade, veremos que a tendência é de queda”, diz o médico oncologista e pesquisador da Faculdade de Medicina da USP, José Eluf Neto. 


Tabagismo


O médico diz, também, que a incidência do câncer de pulmão está diminuindo entre os homens, que estão parando de fumar. Passo que ainda não chegou às mulheres, porque elas começaram o hábito mais tarde que eles ao longo da história. Em 2018, a estimativa de novos casos para este tipo, entre os homens, era de 18.740. 


Entre as pesquisas que o especialista conduz, está a de sangue oculto em fezes. A partir dessas amostras, podem ser descobertos pequenos pólipos, adenomas, que são uma espécie de “pré-câncer”. Estes adenomas ou pólipos podem ser retirados numa colonoscopia e, assim, essas pessoas estariam livres do câncer de cólo e reto – terceiro maior em estimativa de novos casos: 36.360.


“Já há uma pesquisa sendo feita em unidades básicas de saúde da Zona Leste de São Paulo. Cerca de 9 mil pessoas se voluntariaram, e nós descobrimos que 7,2% delas tiveram resultados positivos no teste”, explica médico.


O especialista também explica que as vacinas de HPV serão muito benéficas a longo prazo para combater o câncer de colo do útero. Aplicada em jovens (antes eram só as meninas) de 9 aos 13 anos, a vacina impede a infecção antes da primeira relação sexual.


“Também há sinais de avanço no combate ao câncer de orofaringe. Apesar de uma parte ser causada por cigarro e álcool, há associações ao HPV, logo, a vacina também irá proteger contra esse tipo”, diz.


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