Varizes merecem atenção e acompanhamento médico

Problema muito comum entre mulheres e homens, veias dilatadas podem causar complicações se não tratadas corretamente

Por: Da Redação  -  23/06/19  -  22:39
Problema muito comum entre mulheres e homens, veias dilatadas podem causar complicações
Problema muito comum entre mulheres e homens, veias dilatadas podem causar complicações   Foto: Mônica Sobral/ AT

Varizes são um problema comum de saúde. Afetam cerca de 45% das mulheres e 30% dos homens em média. Por serem tão presentes, muita gente não dá a devida atenção a elas que, em casos graves e sem acompanhamento médico, podem se transformar em trombose, causar embolia e levar até a morte.


A trombose é a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias das pernas. Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue causando inchaço e dor. Quando ele se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, causa a chamada embolia – se chegar no cérebro, pulmões ou coração, podem ocasionar lesões graves ou a morte.


No entanto, a maior parte dos casos de varizes não é muito grave, quando tratadas adequadamente, diz Carlos Alberto Martins Carvalho. O cirurgião vascular e angiologista – que representa o Brasil em duas entidades mundiais, o União Internacional de Angiologia e a União Internacional de Flebologia – conta que o importante é a pessoa procurar um médico a partir do surgimento de vasos.


“Hoje, mesmo que a pessoa ainda não sinta dor, é importante procurar um cirurgião vascular. Porque essa doença venosa tem uma evolução. Os vasinhos pequenos com o tempo vão dilatando e podem causar trombose, úlceras. É importante cuidar em qualquer idade”, diz, complementando que o surgimento de casos simples pode ocorrer por volta dos 20 anos, mas a partir da quinta década de vida é que o problema se torna mais comum e, às vezes, mais grave.


Causas


Hereditariedade é o principal fator que define se uma pessoa vai ter varizes ou não. Porém, pessoas que passam muito tempo sentadas ou em pé, as que têm sobrepeso ou mulheres que passam o dia inteiro de salto alto têm maior probabilidade de problemas de varizes.


Carlos Henrique de Alvarenga Bernardes, chefe de Cirurgia Vascular da Santa Casa de Santos (SCS), supervisor de Ensino dos residentes da SCS e professor titular de Cirurgia Vascular da Unimes, dá uma boa notícia: é possível retardar o aparecimento das varizes.


“A atividade física ajuda muito porque a musculação faz com que os músculos se desenvolvam e ajudem a comprimir as veias – já que as varizes são a dilatação delas. Agora, outra prevenção é usar meias específicas ou, a cada uma ou duas horas, dar uma caminhada mesmo dentro do escritório para ativar a circulação sanguínea”, conta.


Segundo Carvalho, o importante é não se descuidar, porque a doença tem uma evolução.


“Há vários métodos importantes de cuidado, então se a pessoa procurar um especialista para avaliar, será encaminhado o melhor tratamento”, conclui.


Espuma garante bons resultados


Nem sempre é preciso se submeter a uma cirurgia para tratar varizes. Além do laser, que pode ser usado em cirurgia, a escleroterapia com espuma tem beneficiado pacientes com problemas em veias de grande e médio calibre. Entre os benefícios, está a recuperação sem necessidade de repouso.


A técnica é antiga, mas há alguns anos um médico italiano revitalizou o uso, conta Carlos Alberto Martins Carvalho, médico cirurgião vascular e angiologista.


A aplicação é como num exame de sangue, mas com a espuma específica.


“O medicamento aplicado, que é o esclerosando, tem por finalidade fechar a veia que está insuficiente”, explica Carvalho.


Outras opções


Além do tratamento por espuma, é possível se beneficiar da escleroterapia com laser. Mais indicada para o tratamento estético das veias de pequeno calibre (as azuis), o laser transdérmico também dispensa cirurgia. Funciona disparando um feixe de luz na pele.


A técnica pode ser associada à escleroterapia com espuma, dependendo da avaliação do cirurgião vascular.


O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de tratamento gratuito por cirurgia quando o caso põe em risco a saúde do paciente – com ou sem comprometimento estético.
Em casos de preocupação apenas com a aparência, dificilmente se consegue tratamento gratuito.


No plano de saúde ou em clínicas particulares, os valores variam muito, pois dependem da quantidade de vasos, técnicas empregadas e do profissional escolhido.


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