Vacina russa começa a ser produzida no Brasil na próxima semana, garante laboratório

Empresa estima entregar 8 milhões de doses da Sputnik V por mês. Fabricação depende de aval da Anvisa

Por: Por ATribuna.com.br  -  09/01/21  -  10:42
Resultado foi obtido após a fase 3 (clínica)
Resultado foi obtido após a fase 3 (clínica)   Foto: Eric Gusmão/Filipe Ronqui/TV Brasil

A Sputnik V, imunizante contra a Covid-19 desenvolvida na Rússia, deve ter produção em solo brasileiro a partir da próxima semana. É que planeja a farmacêutica União Química, que prevê até 8 milhões de doses por mês.


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As informações foram divulgadas pelo diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso, nesta sexta-feira (6). A empresa, que tem unidade de produção de vacinas em Brasília, se prepara para solicitar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o uso emergencial da vacina desenvolvida em Moscou.


A vacina russa Sptunik V demonstrou bons resultados, segundo o Instituto Gamaleya, desenvolvedor do produto. Os testes de fase 3, ainda não publicados em revista científica, teriam apontado uma eficácia de 91,4% na prevenção da Covid-19.


Fora da Rússia, a Argentina concedeu autorização para uso emergencial da Sputnik V e comprou um lote de 10 milhões de doses — suficientes para imunizar 5 milhões de pessoas. Segundo o governo russo, México, Filipinas, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Indonésia e Índia apresentaram interesse na compra da vacina.


Adenovírus


A Sputnik V é feita a partir de uma tecnologia nova, que utiliza adenovírus — vírus causadores de resfriado comum. No caso da vacina russa, a primeira e a segunda dose utilizam adenovírus diferentes, algo exclusivo do Instituto Gamaleya.


Por meio de engenharia genética, são removidos os genes de reprodução viral dos adenovírus, ou seja, ele não vai causar resfriado, será utilizado apenas como "meio de transporte".


Dentro destes adenovírus são colocados genes codificando a proteína S do coronavírus (SARS-CoV-2). Estas proteínas são as que ficam na coroa do vírus causador da covid-19 e se ligam aos receptores no corpo humano.


Uma vez inoculado, o adenovírus com o gene do coronavírus induz uma resposta imunológica no corpo humano. Após 21 dias, ocorre a segunda vacinação, com outro tipo de adenovírus, mas o mesmo material genético do SARS-CoV-2. Então, segundo os dados russos, ocorre uma imunidade ainda mais forte e duradoura.


O método é semelhante ao usado pela Universidade de Oxford no desenvolvimento da vacina contra Covid-19.


* Com informações da Reuters - Brasil


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