Vítima de câncer de pele alerta para riscos da doença: 'Nunca é tarde para se prevenir'

A cada ano, cerca de 180 mil novos casos são registrados em todo o país

Por: Verônica Sampaio & De A Tribuna On-line &  -  18/01/19  -  09:57
Na foto, Fábio e os filhos Leonardo e Rafael na praia. Todos com protetor e camisa com proteção UVA
Na foto, Fábio e os filhos Leonardo e Rafael na praia. Todos com protetor e camisa com proteção UVA   Foto: Arquivo pessoal/ Fábio Lins Mastros

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam o câncer de pele como o tipo de maior incidência entre os brasileiros. Correspondendo a 33% dos diagnósticos, este câncer coloca a comunidade médica e os órgãos do setor em alerta.


Fábio Lins Mastros sentiu na pele o que é isso. O administrador de empresas conta que teve câncer do tipo melanoma, o mais letal e mais raro deles. "Fui diagnosticado por meio de uma biopsia no consultório da doutora Vânia [Lúcia Nogueira]. Já tive outros tipos de câncer de pele, há muito tempo, mas eram carcinomas, aqueles bem mais simples", relatou.


Hoje, Fábio é voluntário na Associação de Prevenção e Apoio ao Câncer de Pele, a Melanoma Brasil, e diz que a parte mais complicada de seu tratamento foi o diagnóstico. "É difícil, porque quando você se depara com o tema 'câncer', você, inicialmente, acaba ficando sem chão", confessou.


Fábio afirma que, a partir do momento em que descobriu o câncer, se tornou um voluntário na instituição. "O Instituto Melanoma Brasil foi criado em 2014, após sua idealizadora passar por um problema de câncer de pele. A partir daí, começaram vários eventos, promoções, comunicações em sites, faculdades e projetos".


Para ele, a importância do projeto é disseminar a informação sobre o câncer de pele, para que todas as pessoas possam saber como se prevenir e tenham consciência sobre os perigos que correm todos os dias. "Sou uma pessoa de Santos, e cresci na praia, mas não tinha informação da importância de passar o protetor desde a infância", lembrou.


Hoje curado, Fábio ressalta que é muito importante evitar a exposição solar, principalmente nos horários de pico. Em qualquer dia da semana, independentemente se vai à praia ou não, mesmo que não esteja sol, é preciso se proteger. "No mínimo um protetor solar 30 comum, e reaplicar a cada duas horas. Sempre usar um boné e óculos escuros e, se possível, utilizar roupas com proteção UVA e UVB", comentou.


O administrador conta que, sempre que vai com os filhos à praia, se protege dos raios do sol, e evita sair no período das 10h às 16h. "Os danos na pele são acumulativos, eles só vão se agravando. Então, é muito importante, desde cedo, se proteger, nunca é tarde para se prevenir", analisou.


Como voluntário e amigo, Fábio busca disseminar informações sobre prevenção para conhecidos e demais instituições. "É o câncer que mais tem evoluído no mundo, e 70% das pessoas não têm informação sobre, e aí, quando vão ver, já é tarde demais. Então, o auto exame e dicas básicas podem ajudar muita gente", finalizou.


Especialista analisa


Segundo Vânia Lúcia Nogueira, dermatologista que cuidou de Fábio, o câncer de pele é o mais frequente dos tumores, e pode ser evitado com medidas de prevenção. Para reconhecer os sinais, Vânia alerta para qualquer crescimento na pele de aparência elevada, brilhante, translúcida e avermelhada, que mude de cor e textura. Mancha ou ferida que continue a crescer, apresentando coceiras, crostas ou sangramento.


"O câncer de pele pode aparecer em qualquer indivíduo, mas, principalmente, naqueles que tem a pele, olhos e cabelos claros (ruivos e portadores de sardas) e nos que possuem histórico familiar de tumor de pele", explica.


Como forma de prevenção, a médica ressalta a importância de um exame regular da pele, utilização de filtros solares e roupas adequadas. Para praia ou piscina, usar barracas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação UV. As de nylon deixam passar 95% dos raios UV. "O câncer de pele é possível de ser prevenido e curado se o diagnóstico for feito precocemente", finalizou.


Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele não melanoma, que é o mais comum entre todos, tem 165.580 novos casos no Brasil, sendo 85.170 homens e 80.140 mulheres; e 1.958 mortes, sendo 1.137 homens e 821 mulheres.


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