Uma boa noite de sono é fundamental para saúde, mas nem sempre é fácil dormir bem

O quadro Viver Bem deste sábado (27) traz o que pode atrapalhar o seu descanso sagrado

Por: Júnior Batista  -  27/02/21  -  22:49
O sono passou a ser segundo plano para muitas pessoas
O sono passou a ser segundo plano para muitas pessoas   Foto: Pixabay

O sono vem sendo deixado de lado e ficou em segundo plano no dia a dia. Segundo Danilo Sguillar, otorrinolaringologista, especialista em Medicina do Sono do Hospital Estadual Mario Covas/FMABC, vivemos uma “epidemia de falta de sono”.


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“O sono passou a ser segundo plano para muitas pessoas, infelizmente. Há sempre convites para ficarmos acordados até tarde: jogos esportivos até mais tarde, filmes on-demand, mercados 24h, as cidades estão mais iluminadas, enfim, há muitos fatores que têm propiciado menos horas de sono”, diz.


Os dados impressionam. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), a população brasileira está dormindo menos nos dias da semana – de 6,6 horas em 2018 para 6,4 horas em 2019.


>> Entenda os estágios do sono


Entre as pessoas que relataram problemas com o sono, o número aumentou de 56,7% para 60,4% em 2019. Entre as principais reclamações, estão: acordar durante a noite, acordar sentindo-se cansado, ter pesadelos e apneia do sono.


Em relação às atividades realizadas na hora que antecede o início do sono, a utilização de aparelho eletrônico segue em primeiro lugar entre os adolescentes, com 94%, e assistir televisão entre os idosos, com 68,7%.


>> Veja dicas para dormir melhor


De acordo com Sguillar, há vários estudos demonstrando que a luz azul emitida por aparelhos celulares é extremamente estimulante para o sistema nervoso central. “Isto faz com que a latência para o sono seja maior, ou seja, o indivíduo demora mais para dormir e ocorre mais fragmentação do sono”, afirma.


Assim, a pessoa acorda várias vezes à noite. “Isso sem falar que os celulares contêm jogos instigantes e estimulantes e dificultam o relaxamento da mente”.


Pandemia


Durante a quarentena, os problemas podem ter piorado. A médica neurologista Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono, explica que quando o indivíduo apresenta uma predisposição a ter insônia, situações de incerteza e medo podem aumentar o grau de ansiedade e alerta, que alimentam a insônia. Se esse círculo vicioso perdurar, os sintomas se tornam crônicos.


“Problemas e preocupações cotidianas que tiram o sono são os mesmos que se intensificaram neste período de pandemia, como doenças na família ou medo de ficar doente, problemas conjugais, dificuldades financeiras e medo do desemprego”, diz.


Somam-se a esses fatores o uso excessivo de equipamentos eletrônicos, o consumo abusivo de álcool, de tabaco e de medicações sem orientação médica, inclusive remédios para tentar dormir.


Dicas


Segundo Danilo Sguillar, não há nenhum estudo relacionando os chás ou bebidas mornas com o sono. Porém, bebidas quentes podem ajudar, por fazer parte do “ritual do sono”, uma preparação do organismo (corpo e mente) para o início do dormir.


“As práticas realizadas de forma regrada, condicionam o organismo a ‘entender’ que chegou a hora de repousar. Tomar bebida quente ou um banho quente fazem parte deste ritual”, conclui. Ele ainda dá outras dicas: durma sempre no mesmo horário. É importante que o organismo crie uma rotina de sono; desligue celulares, tablets e computadores pelo menos uma hora de se deitar; garanta que seu quarto seja um ambiente propício para o sono: escuro e silencioso; alimentação à noite deve ser mais leve, à base de verduras e carboidratos; Leia ou medite fora da cama. Lembre-se que a cama foi feita para dormir.


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