Tomar sol é fonte de benefícios para o corpo e a mente

Exposição à luz solar é fundamental para a produção de vitamina D

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  06/04/19  -  18:04
Exposição mínima deve ser de 15 minutos ao dia, para se produzir vitamina D suficiente ao organismo
Exposição mínima deve ser de 15 minutos ao dia, para se produzir vitamina D suficiente ao organismo   Foto: Carlos Nogueira/AT

"Ô, sol, vê se não esquece e me ilumina/Preciso de você aqui/Ô, sol, vê se enriquece a minha melanina/Só você me faz sorrir” ( O sol, de Vitor Kley).


Nem na poesia nem na Medicina há dúvida: o endocrinologista e diretor nacional e regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Marcio Mancini, afirma que o sol é indispensável para a vitamina D exercer sua função – a de elevar a absorção de cálcio pelo organismo.


Ingerida em alimentos como peixes, ovos e queijos, a vitamina D só cumpre sua função quando nos expomos ao sol por cerca de 15 minutos ao dia. 


Dessa forma, ela faz o corpo absorver mais cálcio e, assim, fortalecer ossos e dentes, prevenir osteoporose, obesidade, diabetes, hipertensão e esclerose múltipla, aumentar a produção de músculos e fortalecer o sistema imunológico.


Só que, mesmo com o Brasil tendo uma das maiores incidências de sol no planeta, pesquisas como a da Universidade Federal Fluminense (UFF) mostram que seis em cada dez brasileiros têm deficiência de vitamina D. 


Melhora o sono


Um fato: é difícil dormir com luz solar. Mas, estar exposto a ela no horário certo até regula o sono – e traz outros benefícios. 


É que, quando está no escuro, o corpo produz um hormônio chamado melatonina. É ele que promove o sono e noites tranquilas.


Quando se respeita a luminosidade solar e se acorda com o sol mais forte, despertamos e ficamos mais ativos, devido à redução desse hormônio. 


“Mas, ficar acordado até tarde, na frente de telas ou luzes que imitam a única luz que tínhamos, a do sol, desregula o metabolismo”, diz Marcio Mancini. 


Com mais sono, de acordo com nutricionistas, o cérebro exige mais energia, o que causa fome. Então, quando a presença do sol é aproveitada, fica mais fácil, até, emagrecer. 


Há doenças que raios solares podem curar


Pôr filtro solar é a principal orientação na hora de prevenir o câncer de pele – o mais comum. Mas o sol também pode curar doenças dermatológicas. 


Roseli Oliva, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista em cirurgia dermatológica, de São Paulo, explica que em algumas doenças, o sol é benéfico.


“Ele tem ação antiproliferativa e imunossupressora. Ou seja, deprime a resposta imunológica que em algumas doenças está exacerbada, como no linfoma de pele e a na psoríase”, conta. 


Para quem tem acne, a profissional ressalta que o sol tem efeito secativo e anti-inflamatório. Mas, em caso de abusos, a pele sente o ressecamento e produz mais oleosidade, piorando o problema. 


Balanceando


Juliana Toma, médica dermatologista formada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pós-graduada em Oncologia Cutânea pelo Hospital Sírio Libanês, lembra que o melhor horário para tomar sol, segundo a SBD, é antes das 10h e depois das 16h. 


O motivo é evitar o pico de radiação ultravioleta B, comum nesse horário. Porém, alguns médicos recomendam tomar sol entre 11 e 15 horas, período em que há maior absorção de vitamina D. O tema é polêmico, mesmo entre os médicos.


“Mas já existem estudos para mostrar que mesmo pessoas que tomaram 15 minutos de sol com protetor solar produziram o suficiente de vitamina D para a saúde”, diz a médica. “Tudo na vida é questão de dosar”.


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