Um quinto das mulheres acima dos 60 anos tem algum tipo de problema na tireoide – glândula que regula a função de órgãos como coração, cérebro, fígado e rins. Manter os exames em dia e saber os sintomas de distúrbios é essencial para garantir o bem-estar.
Entre suas funções, a tireoide é responsável por dois hormônios: T3 (triodotironina) e T4 (tiroxina). Eles ditam o ritmo de funcionamento do organismo. Em excesso ou em falta, as substâncias causam hipotireoidismo ou o hipertireoidismo.
Fatores de risco
Doenças autoimunes são as causas mais comuns dos distúrbios, explica a endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Rosália Padovani. Quem tem casos na família pode pedir exames na fase adulta. Em geral, o mal aparece dos 35 aos 55 anos, mas há possibilidade em qualquer idade.
Tratamentos
Comprimidos para estimular ou coibir a produção de hormônios são o tratamento mais comum dos distúrbios. Em algumas situações de hipertiroidismo, é necessário radioiodoterapia, um tratamento com iodo radioativo ingerido. “Hoje, a retirada do órgão só ocorre em caso de câncer ou quando o paciente não responde ao tratamento, tem alergia ou bócio volumoso”, conta Padovani.
Nódulos
Nos dois distúrbios, o volume da glândula que fica no pescoço pode aumentar, mas não é regra. Essa espécie de inchaço é conhecida como bócio - muitos deles apresentam nódulos. Quando só há nódulos, nem sempre eles são visíveis.
Apenas 5% dos nódulos na tireoide são cancerosos, explica Paulo Galeti Maccagnan, mestre e doutor em Endocrinologia pela Unifesp e professor da Unimes. Além disso, nem todos os pacientes com nódulos precisam de biópsia e cirurgia. O ultrassom mostra padrões de desenvolvimento que indicam necessidade ou não de investigação.
“Quando há suspeita de malignidade, é feita a biópsia. Se chama punção aspirativa por agulha fina. Essa agulha recolhe células para análise. Não requer anestesia ou um preparo”.
No caso de nódulos malignos, se retira a tireoide e se indica o tratamento com maior dose de radioiodoterapia. Sem a glândula, a pessoa repõe hormônios para o resto da vida.
Por conta dos riscos, o melhor é a detecção precoce, diz o professor. “Depois da menopausa, o índice de nódulos aumenta. Então, é útil o ultrassom para acompanhar a necessidade ou não de biópsia”.