Santos tem iniciativas de profilaxia pré-exposição ao HIV

Mesmo assim, apenas 121 fizeram uso da estratégia desde o início de 2018

Por: Gustavo T. de Miranda & Da Redação &  -  03/12/18  -  09:53
  Foto: Rogério Soares/AT

Por anos, cobrou-se do Sistema Único de Saúde (SUS) a disponibilização da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um sistema de prevenção contra a infecção pelo HIV que combina tomar um antirretroviral, todos os dias, com a manutenção do uso do preservativo.


Desde o início do ano, Santos mantém duas iniciativas que disponibilizam quantas PrEPs forem necessárias ao público. Apesar disso, apenas 121 pessoas fazem o uso da estratégia. Segundo a coordenadora do Centro de Referência e Testagem (CRT), Regina Lacerda, a adesão é considerada baixa e reflete como é necessário dialogar com quem é mais vulnerável às doenças sexualmente transmissíveis.


Quem adota a PrEP toma um comprimido do medicamento tenofovir por dia. Segundo Regina, ele impede que o HIV se estabeleça e se espalhe pelo corpo. “A proteção deve ser combinada porque a PrEP não previne outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), como a sífilis”.


Quem deve


No CRT de Santos, a PrEP pode ser prescrita para a população em situação de maior vulnerabilidade e que tenha práticas de maior risco para infecção, como gays e homens que fazem sexo com homens, travestis e transexuais, trabalhadores do sexo e casais sorodiferentes.


A coordenadora explica que, se a pessoa estiver dentro dos critérios, terá que fazer alguns exames. “A pessoa deve tomar o medicamento todos os dias, fazer exames regulares e buscar a medicação gratuitamente a cada três meses”, diz Regina.


Quem faz uso


O cabeleireiro Roni Silva, de 28 anos, e o chefe de cozinha Victor Tavares, de 26, são namorados e há sete meses começaram a estratégia do PrEP. “No primeiro mês, a gente teve umas reações leves, mas daí o médico já tinha falado que poderia acontecer no início”, explica Roni.


Depois da adaptação, tudo se ajeitou. “O risco de infecção cai em 95%. Pesquisei bastante informações pela internet, vi uma série no Netflix que também falava sobre a PrEP lá no Estados Unidos”, diz o cabeleireiro. Ele encara a PrEP como um “anticoncepcional”. “É um comprimido contra o HIV. Voce tem que continuar usando camisinha, contra outras ISTs”, resume.


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