Saiba qual a hora certa de procurar um médico

Febre alta e falta de ar são fatores de risco

Por: Da Redação  -  23/03/20  -  00:49
Com novos concursos em vigor, órgãos públicos pretendem reforçar equipes que atuam na rede de saúde
Com novos concursos em vigor, órgãos públicos pretendem reforçar equipes que atuam na rede de saúde   Foto: Arquivo/Rogério Soares/AT

Febre alta que não melhora e falta de ar são sintomas suficientes para buscar atendimento médico de emergência. Não significa que você esteja com Covid-19, mas são dois sinais para ir atrás de socorro. 


Quem faz o alerta é Nicolle Queiroz, cardiologista e médica dos hospitais Albert Einstein e São Luiz. “Em 90% das vezes, o coronavírus terá uma apresentação leve, parecendo resfriado. Então, fica difícil no primeiro momento você diferenciar a doença de uma gripe ou resfriado”.  


Pessoas acima de 60 anos ou que tenham doenças respiratórias, cardiovasculares e diabetes estão mais propensas a contrair a doença, lembra Felix Ramires, cardiologista e coordenador do programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital do Coração (HCor). E quando o novo coronavírus tem tendência a complicar, costuma apresentar febre maior do que 37,8°C e falta de ar. 


“São os sintomas respiratórios que chamam mais a atenção. Muitas vezes, o paciente não consegue fazer essa diferenciação sozinho. Por isso, a orientação é procurar um pronto-socorro quando a falta de ar estiver progredindo e não melhorar com os antigripais normais”, fala Nicolle.  


Já o médico do HCor diz que idosos têm menos probabilidade de apresentar febre. Portanto, um quadro com tosse, dispneia e mialgia deve ser valorizado nessa população. “Os tratamentos sugeridos em diretrizes para pacientes cardiopatas podem oferecer proteção adicional nesses casos e devem ser avaliados individualmente. As vacinas de gripe e pneumonia devem estar em dia nessa população, com o objetivo de evitar uma infecção secundária caso acometido pelo novo coronavírus", diz o cardiologista do HCor. 


Sinal vermelho  


Como explica a médica, se existe um quadro de febre que não melhora, falta de ar em curva de piora e a pessoa não se sente bem, é hora de agir. “E não importa se é o pronto-socorro da rede pública ou privada. Ambos os serviços estão treinados para receber os casos suspeitos e até os confirmados de coronavírus”. 


Segundo ela, só estão sendo feitos exames nos casos suspeitos em que há febre, falta de ar e contato do paciente com alguém suspeito ou confirmado da doença ou esteve em algum lugar onde havia pessoas contaminadas. “Nós não vamos esgotar os testes à toa, lembrando que ainda não existe vacina nem medicação”.  


Em caso de positivo, a pessoa deve permanecer 14 dias em seu domicílio. “Se não precisa de inalação, oxigênio ou já faz uso de medicação, ela é liberada para casa se estiver estável. O serviço médico fica sempre de apoio, caso piore”. 


Ficar em isolamento residencial, salvo os casos raros, é a melhor alternativa. “O coronavírus é transmitido pelas gotículas de saúde e sem contato com outras pessoas, os impactos são imensos”, esclarece a especialista, lembrando que se trata de uma recomendação do Governo do Estado. 


“Mesmo que assintomática, porque sabemos que a população mais idosa e com comorbidades, como problemas pulmonares, doença cardíaca ou câncer são muito mais suscetíveis a um desfecho grave e até óbito”.  


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