Saiba identificar alergias a medicamentos

Prestar atenção a quando e de que forma os sintomas surgem é fundamental para que os médicos identifiquem o problema

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  13/10/19  -  22:56
 Os produtos alcançaram a marca de 2,9 bilhões de embalagens comercializadas no ano passado
Os produtos alcançaram a marca de 2,9 bilhões de embalagens comercializadas no ano passado   Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ninguém está imune a uma reação alérgica. Até porque ela pode acontecer pelo uso de medicamentos, mesmo que o paciente já os tenha usado antes. Por isso, ficar atento a quando os sintomas aparecem é fundamental para que médicos consigam identificar o problema. Afinal, algumas reações alérgicas a medicamentos podem matar. 


Segundo Marcelo Vivolo Aun, coordenador do Departamento Científico de Alergia a Medicamentos da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), reações alérgicas são imprevisíveis. Qualquer pessoa pode tê-las.


“Existe uma propensão genética, mas muitas coisas influenciam. Acomete ambos os sexos e quaisquer idades. Em geral, são mais comuns em mulheres, mas não se sabe se porque usam mais medicamentos ou se há outras razões”, explica. 


Fabrício Afonso, médico alergologista, mestre em Imunologia pela USP e professor da Unimes, também associado da Asbai, explica que é preciso diferenciar reação alérgica de reação adversa.  As reações adversas são os efeitos colaterais. Eles podem ser imediatos ou tardios, leves ou intensos. 


“Se o efeito colateral não traz um prejuízo importante para esse indivíduo, o paciente pode ficar exposto para terminar o tratamento. Por exemplo, se tomo medicamento para rinite e o antialérgico seca a boca, é melhor beber mais água que continuar com a rinite”, explica o professor. 


Como descobrir


Na maior parte das vezes, não é através do exame de sangue que se chega ao resultado de reação de hipersensibilidade alérgica a um medicamento. 


Quando espera isso, muitas vezes o paciente sai decepcionado do consultório, explica Fabrício Afonso. Segundo o professor, o mais correto é anotar as queixas de sintomas: quando apareceram, quanto tempo depois da administração de remédios e quanto durou a repetição desses sinais. 


Nas reações tardias, o paciente pode ter vermelhidões pelo corpo, lesões bolhosas na pele e mucosas – o que leva a hospitalização. Dependendo do caso, pode haver uma reação inflamatória sistêmica que também leva ao óbito. 


“Porém, o mais comum em reações são coceiras, vermelhidões, vômito após o medicamento”, diz Afonso.


Segundo Marcelo Vivolo Aun, mesmo assim não é recomendável fazer nenhum teste antes de aplicar uma medicação pela primeira vez – até porque alergias são respostas imunológicas. Ou seja. o corpo precisa reconhecer o medicamento para criar uma reação. 


“O que o profissional, de medicina ou enfermagem, deve fazer antes da administração de qualquer medicamento é perguntar ao paciente se “é alérgico” e, na dúvida, solicitar avaliação médica ou até de especialista em alergia. Mas nenhum teste alérgico pode prever uma reação que ainda não ocorreu”, afirma.


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