São Paulo decreta estado de alerta contra dengue

Preocupação da Secretaria Estadual de Saúde é com a circulação do vírus tipo 2 da doença, apesar da queda no número de doentes

Por: Fernando Degaspari & Da Redação &  -  30/01/19  -  13:45
Atualizado em 30/01/19 - 14:06
  Foto: Vanessa Rodrigues/A Tribuna

O Governo do Estado pôs São Paulo em alerta para casos de dengue, embora a quantidade de pessoas infectadas neste mês seja menor que no mesmo período de 2018. A preocupação é com a circulação do vírus tipo 2. Na região, ele oferece menos risco, mas ainda preocupa especialistas.


Segundo a Secretaria de Saúde paulista, o Estado registrou, nos primeiros 15 dias do ano, 610 casos da doença. No mesmo período do ano passado,foram 888, umadiminuiçãode31%.


Apesar da queda, o que preocupa a secretaria é a circulação do vírus tipo 2. Ele já foi detectado em, pelo menos, 19 cidades das regiões norte e nordeste de São Paulo.


“Esse vírus tende a provocar casos clinicamente mais graves da doença em pessoas que já foram infectadas com os outros sorotipos”, diz o biólogo Horácio Manuel Teles, integrante do Conselho Regional de Biologia (CRBio-01).


As nove cidades da Baixada Santista registraram, neste ano, apenas um caso de dengue. Foi em Praia Grande. No mesmo período do ano passado, 25.


A quantidade de pessoas doentes, entretanto, pode aumentar, pois as cidades têm casos suspeitos, que aguardam confirmação do Instituto Adolfo Lutz.


Análise


Segundo especialistas ouvidos por A Tribuna, boa parte da população da Baixada é resistente ao vírus tipo 2, pois ele circulou fortemente por aqui em 2009, quando houve epidemia. Mesmo assim, afirmam que a dengue merece atenção.


“Em que pese termos tido a circulação desse sorotipo em anos anteriores, pessoas não expostas previamente, como crianças não nascidas na época e moradores recentes na região,estão suscetíveis. Dessa forma, eu realmente estaria atento se fosse responsável pela saúde da região”, afirma o médico infectologista Evaldo Stanislau.


Ainda segundo ele, embora não haja confirmação, Casos suspeitos de dengue têm sido registrados.“Inclusive com sinais de gravidade,na atual temporada.”


O também infectologista Marcos Caseiro se preocupa justamente com essa calmaria aparente quanto à dengue. Segundo ele, a doença costuma desaparecer por alguns anos e voltar ainda mais forte.


“O que a gente tem achado é que estamos tendo poucos casos na região pelo fato de já termos tido muita dengue aqui. O tipo 2 já circulou aqui em alta intensidade. A grande epidemia que tivemos em 2009, os casos graves, foram justamente pelo tipo 2”, lembra Caseiro.


Cuidados


Por isso, a população precisa evitar que o mosquito se reproduza. “A gente tem que continuar fazendo o que tem de fazer. Evitar criadouro é uma coisa permanente.”


A Secretaria de Saúde orienta a população a fechar bem tonéis e caixas d’água, fazer limpeza periódica em calhas, armazenar garrafas com a boca para baixo, usar tela em ralos, manter lixeiras tampadas, colocar areia nos pratos de vasos de plantas, lavar com esponja os bebedouros de animais e eliminar a água que fica acumulada em lajes.


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