Uma grave e rara infecção no sangue fez o mecânico Malcolm MacDonald, de 45 anos, passar por um inferno em sua vida: a evolução da doença resultou na perda do órgão reprodutor. A redenção para o britânico custou ao sistema público de saúde inglês nada menos de bagatela de R$ 338 mil (cerca de 50 mil euros). O valor foi para o custo do tratamento, que o tornou o primeiro homem do mundo a ter um pênis no braço.
“Eu lutava há anos com uma infecção, mas não fazia ideia do que poderia acontecer. Ela se espalhou pelos meus dedos das mãos e dos pés e os tornou pretos. Quando vi meu pênis escurecer, fiquei fora de mim. Foi como um filme de terror”, conta o mecânico ao jornal The Sun.
A cena seguinte foi motivo de desespero maior para ele. “Então um dia ele caiu no chão”, continua o inglês. O seu primeiro impulso foi descartar o órgão no lixo. Ai, veio a depressão: por mais de dois anos, MacDonald se isolou e caiu no alcoolismo.
“Eu me senti a sombra de um homem. Minha vida realmente desmoronou, eu não tinha autoconfiança. Bebi demais. Não vi familiares e amigos, só não queria ter que enfrentar isso”, revelou, para o periódico britânico.
Uma esperança
A história do mecânico sinalizou para uma redenção após uma consulta médica. O profissional que o atendeu recomendou que ele procurasse o professor titular do Hospital Universitário de Londres, David Ralph, especialista em construção peniana. “Pensei que poderia ser um cara normal de novo”, recorda.
A técnica utilizada foi um procedimento de enxerto de braço, sendo necessário dois anos até que o novo órgão estivesse “pronto para ser transplantado para a região pélvica”, explicou o especialista para o The Sun.
Malcolm aproveitou o procedimento para fazer o que boa parcela dos homens deseja, mesmo que em sigilo: ele pediu mais duas polegadas (cerca de 5 centímetros) em seu novo órgão. “Não ter um pênis foi horrível. É o pior medo da maioria dos homens. Para mim, nunca me preocupei com sexo, porque já tinha dois filhos. Sempre foi mais sobre minha autoconfiança e coisas simples, como usar o banheiro”, afirma o mecânico.
Os cirurgiões escolheram o braço para a construção do novo pênis devido à qualidade e sensação da pele. Um retalho de pele do membro esquerdo foi removido para formar um novo "órgão", sendo utilizado os vasos sanguíneos e nervos do paciente.
Uma uretra foi criada e instalado dois tubos inflados com uma bomba manual, permitindo uma ereção “mecânica”. A cirurgia para a remoção do órgão do braço e implantação na região pélvica estava prevista para 2010. No entanto, uma série de imprevistos - como o estado de saúde do mecânico em uma das ocasiões e a falta de equipe médica em outra - adiaram os planos. Depois, veio a Covid-19.
Por enquanto, ele ainda convive com o “pênis” no braço. “Eu o aceitei tanto que apelidei de Jimmy”. O mecânico espera realizar o procedimento cirúrgico no fim do ano. "Não posso mentir, ter um pênis no braço por quatro anos é uma coisa realmente estranha de se viver. Mas estou convencido de que esse pênis será usado para o que foi construído".
* As informações são do Jornal The Sun