Quanto tempo o novo coronavírus sobrevive no ar e superfícies?

Estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica período máximo de sobrevida do vírus fora do corpo humano; Infectologista responde a dúvidas sobre ciclo de resistência da Covid-19

Por: Por ATribuna.com.br  -  29/04/20  -  17:48
Uma lição para o resto da vida
Uma lição para o resto da vida   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Em meio à escalada de mortes no Brasil por decorrências do novo coronavírus – que nesta terça-feira (28) superou o número de óbitos registrado na China, o primeiro epicentro da pandemia –, uma dúvida ainda persiste: quanto tempo o coronavírus sobrevive no ar e nas superfícies. Um estudo do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, indica que o vírus pode sobreviver até três dias em algumas superfícies.


Segundo a pesquisa, o vírus resiste por até de 72 horas no plástico e 48 horas no aço inoxidável, enquanto no papelão tem uma sobrevida de 24 horas. Já no cobre, apenas 4 horas.


O levantamento também mostra que o coronavírus pode sobreviver no ar entre 40 e 150 minutos (2h30), após uma pessoa infectada tossir ou espirrar.


Segundo a infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Adriana Coracini, os cientistas promoveram artificialmente a nebulização do vírus no ambiente, fazendo com que ele fosse aerossolizado. Com isso, puderam testar o ciclo de vida do novo coronavírus em diversas superfícies para checar o seu tempo de sobrevida.


A especialista destaca, no entanto, que, como o estudo foi realizado em laboratório, o tempo de sobrevida real pode ser um pouco diferente.


“É importante frisar que uma vez que o teste não foi gerado por um paciente e sim por uma aerossolização artificial, a sobrevida do vírus não necessariamente será a mesma do que quando uma pessoa infectada tosse ou espirra”, explica.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a principal forma de transmissão da Covid-19 é por gotículas respiratórias, ou seja, as superfícies onde o vírus possui sobrevida, e não pelo ar. Por isso, o alerta da higienização é importante e sempre ressaltado, seja lavando as mãos ou limpando objetos.


“A melhor forma de higienizar é com a utilização do álcool em gel 70% ou outros componentes que usamos no hospital à base de álcool, como o clorexidina ou o quaternário de amônio, que é mais usado para dispositivos como celulares e computadores”, detalha Adriana.


Segundo a médica, os compostos de clorados (como a água sanitária) inativam o vírus, em qualquer ambiente. Então, qualquer um desses, usados antes do período em que o vírus morre sozinho, já será eficaz para a esterilização.


Adriana finaliza ressaltando que os estudos não testaram a sobrevida do vírus nos tecidos das roupas, no qual é possível que ele sobreviva também. Porém, não há como estimar o tempo que o coronavírus possa resistir nestas condições.


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