Prevenir continua a ser melhor opção durante pandemia

Com público seguindo tendência de buscar cuidados antes que os problemas venham, saúde espera aumento na demanda

Por: Da Redação  -  28/12/20  -  01:30
Adesão de usuários baixou em toda a Baixada Santista
Adesão de usuários baixou em toda a Baixada Santista   Foto: Adobestock

Em todos os setores uma das frases que mais traz esperança começa com as palavras “quando a pandemia passar...”. E em poucos deles os termos provocam tanto efeito quanto na saúde, o segmento que está mais na linha de frente (em todos os aspectos) desde que o vírus chegou ao Brasil. Quando a pandemia passar a saúde viverá momentos de mais tranquilidade. Será?


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Curiosamente, de todos os setores que aguardam ansiosamente pelo fim da pandemia (e elaboram os mais mirabolantes planos para esses tempos), é justamente a saúde quem projeta o próprio futuro com sensatez, bom senso e cautela. Tudo porque, se o setor não mantiver os olhos bem abertos, a pandemia pode até ser reduzida, porém quem crescerá será o...pandemônio.


Tudo se explica. Havia, nos últimos anos e até o início da pandemia, uma tendência à procura pelos serviços médicos como forma de prevenção. Pacientes que buscaram saber como estava a própria saúde antes que alguma doença lhes desse tal informação. Com o crescimento dos casos de Covid-19 e o elevado risco de contaminação, quase a totalidade dos atendimentos passou a ser voltada aos procedimentos relacionados ao coronavírus. 


E agora, com a vacina a caminho e a consequente tendência à queda no número de casos nos próximos meses, o público que deu “uma pausa” nos cuidados com as chamadas doenças silenciosas deve voltar aos ambulatórios. No entanto, esse crescimento na demanda deve ter início antes que os casos de Covid estejam próximos do zero, até porque a redução não será rápida. Ou seja, com atendimentos relacionados ao coronavírus somados às consultas de rotina, o resultado poderá ser um acúmulo de pacientes nas unidades. 


“Vamos precisar deixar uma rede de atendimento preparada, porque o aumento na demanda é certo”, prevê o presidente da Unimed Santos, Claudino Guerra Zenaide. Para ele, a área cardiovascular, uma das mais caras da saúde, está entre as líderes em procura. “A hipertensão é um fator inicial para diversas doenças cardíacas e muito hipertenso não sabe que é hipertenso. Eram essas pessoas que vinham buscando o atendimento e certamente esse público voltará a crescer em 2021”.


O segundo problema é a chamada retenção de patologia, ou seja patologias as quais os pacientes já sofriam, mas que não foram cuidadas como deveriam em 2020 por medo das pessoas de irem ao médico em meio à pandemia. Um reflexo dessa tendência já havia dado sinais em agosto, quando os casos de Covid deram uma reduzida e muita gente voltou aos médicos. “Com o novo aumento dos casos, em outubro, chegamos a 82 internados pela Unimed. Em maio foram 74. Isso vai trazer reflexos pelos tratamentos parados por causa da Covid”, diz Zenaide.


Diversificação no atendimento entra na pauta


Ao invés de uma frase, uma palavra: prevenção. É o termo que está norteando a saúde e que com certeza será o tema forte de 2021. Para o CEO do Laboratório Cellula Mater, Carlos Eduardo Pires de Campos, o ano que chega deverá seguir a linha que já vinha sendo seguida antes da pandemia, o de uma mudança no perfil dos pacientes que buscam por exames.


“Hoje a prevenção tem sido a grande palavra que motiva os exames. O aumento da expectativa de vida, os hábitos alimentares e a escolha por uma vida mais saudável tem levado muita gente a procurar saber como está a saúde”, diz o dirigente, revelando números que mostram até onde vai essa preocupação.


“Há atualmente muitos pedidos de exames para verificação de intolerância alimentar. De uma média de dois a três exames fomos para 30. Há muitos encaminhamentos também para verificar falta de vitamina D. De um modo geral, nos últimos três anos fomos de 4,8 exames por atendimento para 7 exames”.
Para atender a uma demanda que certamente irá crescer quando a vacinação for uma realidade, o Laboratório Cellula Mater está criando unidades para públicos específicos. Uma delas, a Vivva, já está em atividade e atende o público da terceira idade, com espaços de convivência e profissionais especializados. Está em funcionamento também a unidade no Miramar Shopping.


Em janeiro será inaugurada a Unidade Prime no Praiamar Corpoate e a Kids, para crianças e adolescentes com até 15 anos. Em fevereiro chega a unidade Ella, voltada às mulheres. “Exames têm tudo a ver com medicina preventiva. Temos que popularizar sem banalizar”, diz o dirigente.


Cidades se planejam para início da vacinação


Deu até polêmica, deu até política, mas para dar um pouco de esperança depois de um 2020 absolutamente atípico, 2021 marca o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. E é em meio às discussões a respeito da eficácia do produto que a vacina surge como uma espécie de oásis no deserto que se tornou a saúde mundial e que forçou o esvaziamento de ruas e áreas públicas de países inteiros.


Na Baixada Santista a vacinação tem início antes do fim do primeiro mês do novo ano. Em sintonia com o que vem sendo anunciado pelo Governo do Estado, as prefeituras preparam o início da imunização para o dia 25 de janeiro e, a partir daí, seguindo o cronograma estadual, ou seja, comaçando por profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, passando aos idosos e, a partir daí, seguindo períodos determinados para cada faixa etária. 


A vacina é desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Trata-se do maior lote que chega à América do Sul até o momento.


“A pressa pela vacina é a pressa pela vida. Todos os brasileiros de bem têm pressa. São Paulo, reafirmo aqui, começará a vacinar no dia 25 de janeiro”, afirmou o Governador. 


Esse é terceiro lote que o Butantan recebe da biofarmacêutica Sinovac Life Science, com sede na China. O Butantan já detém 3,12 milhões de doses para uso imediato. A produção local também já começou, com a chegada de matéria-prima para envase e rotulagem na fábrica de imunizantes do instituto. 


Com as vacinas disponíveis, é hora das cidades se prepararem para a vacinação. Na Baixada Santista há um consenso em seguir as orientações estaduais. Santos, Cubatão, São Vicente e Guarujá devem, juntas, imunizar mais de 198 mil pessoas durante a primeira fase de vacinação. As primeiras orientações foram transmitidas aos municípios em uma reunião com representantes do Estado. 


De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, houve a aquisição de 21 milhões de seringas e agulhas para as vacinações de rotina de 2020 e uma reserva estratégica de 11 milhões desses insumos para a imunização contra a Covid-19.


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