Prevenção é aliada contra osteoporose

Quanto mais cedo houver cuidado, melhor

Por: Sheila Almeida  -  13/07/20  -  01:05

Doença que não apresenta sintomas, a osteoporose causa uma fratura a cada três segundos no mundo, geralmente em pacientes que muitas vezes nem sabiam que tinham a doença. 


Os dados são da Fundação Internacional da Osteoporose (IOF, em inglês) e preocupam porque cerca de 50% das fraturas de fêmur levam a morbidades – problemas que matam no primeiro ano.


O alerta é do médico Rodrigo Luiz Vetorazzi, coordenador de Ortopedia do Hospital Albert Sabin, de São Paulo. Segundo ele, além das fraturas de fêmur, são frequentes também pela doença os problemas envolvendo coluna e punho.


“Cerca de 50% das pessoas que fraturam o fêmur vão a óbito por complicações como tromboembolismo e pneumonia, por ficarem acamadas”, explica o especialista no tema.


Segundo Vetorazzi, a cirurgia também é delicada. “Ela é rápida, leva cerca de duas horas, mas grande. O osso é vivo e sangra. Pelo convênio médico, você consegue fazer nas primeira 24 ou 48 horas. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), às vezes demora um ano”.


Quando se preocupar


O médico geriatra Marco Antonelli conta que o tratamento da osteoporose ocorre com medicação ou suplementos. Todavia, o ideal é apostar na prevenção.


“O quanto antes, inclusive, porque a densidade do osso é formada na infância até a fase adulta. E são eles que vamos ter pela vida inteira. Boa alimentação e fazer a atividade física, de preferência musculação, mesmo começando tarde, ajudam”. 


A médica Debora Egri, que é mestre e doutora em reumatologia, acrescenta que, geralmente, o rastreio da doença pelo exame de sangue chamado de densitometria óssea é recomendado a mulheres a partir de 45 anos, já que dois anos após a menopausa a perda de cálcio nos ossos se acelera. “Nos homens, após os 60 anos”. 


Apesar disso, há casos em que é recomendável fazer o exame antes. “Pessoas que usam corticóides de forma crônica, como o pessoal que tem asma ou usa anticonvulsionantes desde a infância, têm risco aumentado. Quem fuma ou ingere muita cafeína, também”.


Alimentação


A técnica em Nutrição Stefany Duarte explica que alimentos ricos em cálcio auxiliam na prevenção, mas há uma pegadinha.


“É legal o alimento ter muito cálcio, mas há o que chamamos de biodisponibilidade: a capacidade do corpo absorver mais nutriente numa comida que na outra”, conta, indicando uma lista (veja infográfico) e lembrando que cada indivíduo tem uma necessidade diferente, por isso é preciso acompanhamento profissional. 


Egri diz que há tipos diferentes de suplementação e muita gente toma errado. “Não adianta comprar sem orientação. Pessoas que fizeram cirurgia bariátrica, por exemplo, não absorvem um tipo. E é preciso equilibrar outras vitaminas para que o corpo consiga transformar tudo isso e prevenir a doença”.


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