Onda de frio chega à região e traz preocupação com a gripe

Ignorar os sintomas da doença e confundi-la com resfriado podem agravar quadro clínico

Por: Sheila Almeida & Da Redação &  -  07/07/19  -  21:39
Queda de temperaturas contribui para surgimentos de doenças respiratórias
Queda de temperaturas contribui para surgimentos de doenças respiratórias   Foto: Adobestock

A queda brusca de temperatura não traz só o frio, mas também as doenças de inverno que parecem inofensivas, mas preocupam o Ministério da Saúde. De 1º de janeiro a 28 de junho deste ano, 339 pessoas morreram de gripe no Brasil. O vírus H1N1 causou a maioria dos óbitos, com mais de 200 vítimas. São Paulo é o estado que tem a maior incidência da doença, segundo os médicos.


Não se preocupar com a gripe é um problema. Muitos pacientes, confundindo a doença com resfriado, só vão ao médico com quadro grave. Dependendo do tipo de vírus e da idade (crianças e idosos, por exemplo), há maior risco de óbito, diz o médico infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, Evaldo Stanislau.


“A gripe é uma doença extremamente grave. Tem que se preocupar sempre com ela. Por isso é preciso entender o que é gripe e o que é resfriado, saber as diferenças. Resfriado não é tão importante, mas a gripe mata”, lembra o especialista, ressaltando a necessidade de buscar diagnóstico.


Segundo ele, a tecnologia na área médica já permite, em uma hora, saber que tipo de gripe o paciente tem. Contudo, essa modernidade não está presente no Sistema Único de Saúde (SUS). “Primeiro, precisamos mostrar que isso é importante para depois cobrar a sua disponibilização, até em convênios particulares”, observa.


Prevenção


Em 2018, faltando uma semana para o fim da campanha nacional de imunização contra o vírus Influenza, pelo menos 3 milhões de pessoas não tinham se vacinado no Estado. Neste ano, houve um pouco mais de preocupação e o Brasil atingiu 90% de cobertura na campanha nacional. Mais de53,5milhõesdeintegrantes dos grupos prioritários se imunizaram.


No entanto, nem todos os grupos de risco alcançaram a cobertura desejada. No caso das crianças, só 82,8% da meta foram alcançados e mais de 2,6 milhões deixaram de se vacinar.


O dado preocupa o presidente do Departamento de Imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri: “Crianças têm, nos primeiros dois anos de vida, um sistema imunológico mais imaturo. Por isso, respondem pior a infecções e doenças de inverno”.


Parece, mas não é


Segundo Kfouri, além das conhecidas doenças de inverno, outra com sintomas parecidos está inclusive entre as maiores causas de reinternação de bebês prematuros: o vírus sincial respiratório (VSR).


Sem tratamento, pode resultar em problemas respiratórios até os 12anos. E há prevenção: uma imunização gratuita no SUS, pouco conhecida.


“Trata-se de uma imunização passiva, com oferecimento de anticorpos prontos a bebês prematuros e crianças com doenças cardíacas e pulmonares. São cinco doses. Na Região Sudeste, elas são disponibilizadas de março a julho”, explica o médico sobre a doença, que pode ser passada pelo ar, superfícies ou objetos contaminados.


“São importantes a prevenção e a higiene. Álcool gel, ventilação e outras dicas ajudam a evitar outras doenças dessa época”.


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