Nova cepa da covid-19 é risco para o combate

Médicos advertem para dificuldade no controle da transmissão

Por: Tatiane Calixto  -  28/01/21  -  15:00
Especialistas alertam que manter os protocolos de saúde são necessários mesmo com vacinação
Especialistas alertam que manter os protocolos de saúde são necessários mesmo com vacinação   Foto: Reprodução

O governo de São Paulo confirmou três casos da Covid-19 provocados pela variante do novo coronavírus identificada pela primeira vez no Amazonas. Os casos acendem um alerta sobre a possibilidade da nova variante dificultar ainda mais o combate à pandemia.


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O diagnóstico foi feito após sequenciamento de resultados positivos de exames, feitos no Instituto Adolfo Lutz, de pacientes que passaram por atendimento na rede pública de São Paulo com histórico de viagem ou residência em Manaus.


Segundo o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, é esperado que aconteçam mutações dos vírus na transmissão de pessoa a pessoa, durante uma pandemia. No caso desta variante, especificamente, as alterações ocorreram nos genes que codificam as espículas ou spikes, presentes na superfície do coronavírus e que permitem que ele se ligue às células do organismo humano. “E é isso que pode aumentar a infectividade do SARS-CoV-2, aumentando também a capacidade do vírus invadir o organismo e se multiplicar”, avalia o médico.


Tanto que essa linhagem, com capacidade de transmissão em grande escala, pode ter, conforme Weissmann, contribuído para a explosão de casos da doença em Manaus desde o final do ano passado. Por isso, alerta, é preciso cuidado.
“Por enquanto, não há qualquer evidência para dizer que as vacinas não irão funcionar (nesta variante). Entretanto, é importante que se fique alerta”.


Ações
Para o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo, Paulo Menezes, é preciso destacar a capacidade técnica e eficiência do sistema de vigilância epidemiológica e laboratorial que, rapidamente, conseguiu identificar a variante do novo coronavírus.


Menezes explica que foram utilizadas as técnicas moleculares mais modernas neste trabalho e que estão sendo estudadas as possibilidades desta variante ser mais agressiva. “Ainda não há evidências. De qualquer forma, as ações não mudam. Precisamos manter o distanciamento social, a proteção com máscaras, a higienização, e tentar diminuir a circulação de pessoas para evitar a transmissão”.


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