Mudanças bruscas de temperatura devem servir de alerta para asmáticos

Especialistas dão dicas do que fazer para prevenir a doença

Por: Da Redação  -  04/08/19  -  17:19
Queda da temperatura influencia na qualidade do ar
Queda da temperatura influencia na qualidade do ar   Foto: Carlos Nogueira/AT

A mudança brusca na temperatura e na qualidade do ar nos últimos dias é a principal preocupação para os asmáticos de plantão. Os sintomas, como dificuldade para respirar e tosse seca, são ainda piores nas crianças. Hoje, cerca de 20% delas têm a doença no País, segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.


Mas, para enfrentar essas crises que ficam mais constantes e incômodas durante o inverno, algumas dicas costumam funcionar. “O primeiro cuidado com a asma é a prevenção”, alerta a pediatra e homeopata Ana Lucia Cardoso.


Segundo ela, as reações alérgicas é que provocam a asma. E, além de fatores como cheiros, mofo, poeira e alterações hormonais, mudanças bruscas de tempo seco para tempo úmido funcionam como um gatilho.


“A asma não tem cura, então sempre existirá aquele potencial para que ela se manifeste. Em alguns casos, a bombinha para aliviar as crises não basta. É preciso fazer tratamento preventivo para melhorar de verdade a qualidade de vida”, explica a pediatra.


A atividade física também é recomendada. E não precisa, necessariamente, ser natação. “É mito essa obrigatoriedade de cair na piscina. O recomendado é investir em algo que goste de fazer para se exercitar com frequência. Isso resultará em benefícios na função respiratória”, explica o pneumologista Josué Reinaldo Ferreira. 


Alergia


Outro macete, segundo ele, é começar a perceber o que lhe causa alergia. A asma aparece em quadros alérgicos e cada pessoa responde de maneira mais ou menos intensa a alguma coisa, por exemplo. 


“Hoje, existem substâncias que aumentam a resistência da pessoa. Com apenas um comprimido por dia é possível diminuir as chances de ter uma crise de asma”, explica Ferreira.


Com uma família cheia de alérgicos, a veterinária Érika Vasconcelos, de 35 anos, logo percebeu que seu filho Pedro Vasconcelos, de 1 ano, tinha herdado pelo menos uma das “ites”, a tal rinite. “Percebi que ele espirrava muito com alguns cheiros perfumados e apresentava tosse seca durante à noite. E eu usava apenas produtos específicos para crianças”.


Foi quando a mãe nem pensou duas vezes antes de marcar uma consulta com um alergista. “Sempre fiz exames para saber como anda meu nível de alergia e poder controlar com remédios. A melhor coisa foi ter procurado ajuda cedo. Assim, adaptei a rotina do Pedro à sua realidade”.


De acordo com a alergista Fabiana Santos, alguns alimentos também podem piorar os sintomas da asma. “Frutos do mar e até o leite e seus derivados podem agravar uma crise. É preciso ter atenção”.


Tosse e cansaço pedem atenção


Segundo o pneumologista Alex Macedo, muitas pessoas esquecem de cuidar da doença e se preocupam com o assunto quando já estão no meio de uma crise.


Precisa de tratamento quem tem cansaço no peito, tosse seca e chiado quando sobe escadas ou faz esforço físico. Os sintomas ainda não devem aparecer mais de duas vezes na semana.


“Quanto mais crises, menos a doença está controlada. Os primeiros sintomas aparecem entre 6 meses e 2 anos de idade, com cansaço na hora de mamar. Mas o pico da doença é entre 5 e 6 anos. Depois, na adolescência. Isso acontece justamente por serem fases que estão muito ligadas às mudanças hormonais maiores”, detalha Macedo.


Já no caso dos idosos, a incidência é menor, mas os pacientes têm risco maior. “As bombinhas normalmente controlam as crises, mas caso os sintomas não sejam vistos com atenção, a pessoa pode inclusive morrer”, explica a alergista Fabiana Santos.


Medicamentos


Hoje, mais de 20 medicamentos ajudam os asmáticos a viverem melhor. E, para diminuir os efeitos colaterais, a dica é procurar a medicação ideal com a ajuda do seu médico.


“O melhor mesmo é prevenir. O medicamento de uma crise sempre será mais forte. A longo prazo, eles também fazem mais mal”, explica a alergista.


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