Você anda mal-humorado, desanimado, cansado e às voltas com pensamentos negativos? Fique atento, porque pode ser distimia.
Ela é crônica, mais amena do que o Transtorno Depressivo Maior, que comumente chamamos de depressão. A doença é caracterizada pela constância dos sintomas. Por isso, muitas pessoas não imaginam que estejam doentes, mas consideram os problemas parte da própria personalidade.
“É um transtorno de humor. Consideramos a distimia 'prima' da depressão. A queixa constante é um dos principais sintomas. São pessoas mais irritadas, desanimadas, sentem falta de energia, parece que estão sempre mal-humoradas”, explica Maria Eugênia Copetti, psicóloga clínica, especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e pesquisadora do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.
“Olhar para as coisas negativas é mais importante [para distímicos] do que valorizar o positivo. A pessoa passa a enxergar o mundo desta forma. Então, ela tem o viés atencional mais focado no negativo”, avalia Maria Eugênia. Segundo ela, nestes casos, é preciso acompanhamento de um profissional.
Diagnóstico
O diagnóstico de distimia é clínico. O mais importante para determiná-lo é observar a duração dos sintomas, que tendem a se arrastar por meses e anos. É comum que distímicos tenham, de maneira simultânea, episódios de depressão grave. Quando se recuperam da depressão, pórém, retornam a um patamar de humor sempre abaixo do nível normal.
A distimia pode se manifestar em qualquer fase da vida, mas é mais comum que os sintomas apareçam na adolescência. Há evidências de que muitos idosos já tinham manifestado sinais do transtorno na juventude.
Diagnosticar o transtorno e iniciar o tratamento é de extrema importância, porque a distimia pode diminuir a qualidade de vida do indivíduo.