Julho Amarelo reforça cuidados com as hepatites virais

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo pelo vírus da hepatite C.

Por: Júnior Batista  -  05/07/20  -  20:45
Recomenda-se a realização do teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida
Recomenda-se a realização do teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida   Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo

Julho é o mês adotado pelo Ministério da Saúde como Julho Amarelo, mês de luta e prevenção das hepatites virais. A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo pelo vírus da hepatite C. 


O impacto dessas infecções acarreta em aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose associada as hepatites. A taxa de mortalidade da hepatite C, por exemplo, pode ser comparada ao HIV e tuberculose.


No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C.


As hepatites B e C podem se tornar doenças crônicas e evoluir para cirrose e até câncer de fígado. A hepatite C é responsável por mais de 70% dos óbitos por hepatites virais no nosso país.


Para a médica infectologista do Complexo Hospitar dos Estivadores e especialista em infectologia hospitalar, Thais Garbelini Salles, a hepatite C é um problema de saúde pública. “Existem vacinas para as hepatites virais A e B e ambas estão disponíveis no SUS. Já para a hepatite C, não há vacina e sua infecção nem sempre apresenta sintomas. Por causar uma doença 'silenciosa', é significativo o número de pessoas atingidas e não identificadas”. 


Mas a atenção com todos os tipos deve ser sempre redobrada. O santista Cayke Nascimento, de 25 anos, contraiu hepatite A e chegou até ser internado por conta dos sintomas. “Demorou um tempo para surgir os sintomas. Eu sentia muito cansaço, sono, não tinha apetite, havia muitas náuseas e mal-estar. Só não senti dores no estômago”, relata ele. 


O ocorrido foi em 2017. O atendente acredita que contraiu por um alimento mal lavado. “Depois que recebi alta, tive coceiras pelo corpo, pigmento amarelo no corpo e nos olhos”, lembra. 


Problema crônico


De acordo com o Ministério da Saúde, as infecções causadas pelos vírus das hepatites B ou C frequentemente se tornam crônicas. Contudo, por nem sempre apresentarem sintomas, grande parte das pessoas desconhecem ter a infecção. Isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem o devido diagnóstico. 


O avanço da infecção compromete o fígado sendo causa de fibrose avançada ou de cirrose, que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão.


Thais Salles explica que as hepatites A e B podem ser prevenidas através da vacinação. Quem se vacina para o tipo B, está também protegido contra a hepatite D, menos conhecida. Ainda não existe vacina para a hepatite C, porém os tratamentos atuais podem alcançar um índice de cura superior a 90%. 


“Algumas medidas simples podem prevenir a infecção, tais como a utilização de preservativos; o uso de materiais descartáveis e esterilizados em estúdios de tatuagem e em salões de beleza com manicures e pedicures; não compartilhar agulhas e seringas e consultar um médico com frequência”


Logo A Tribuna
Newsletter