Incidência de micoses aumenta com o calor por conta do suor

Maioria das doenças de pele nada tem a ver com areia, água do mar ou piscina; entenda

Por: Sheila Almeida  -  16/12/18  -  15:21
Para esta sexta-feira, a temperatura máxima prevista é de 33ºC
Para esta sexta-feira, a temperatura máxima prevista é de 33ºC   Foto: Irandy Ribas/A Tribuna

A maioria das micoses nada tem a ver com as praias. Mas, como nesta época do ano a cor da pele ganha um realce e o corpo fica mais exposto, dermatologistas recebem maior demanda sobre esses problemas. Com alguns cuidados, é possível evitar contágio e dividir piscinas sem medo. Parte das manifestações de pele nem é transmissível.


A mais comum delas, e cheia de mitos, é a ptiríase versicolor, mais conhecida como micose de praia ou pano branco. Apesar do apelido, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), essa "micose de praia" nada tem a ver com a areia, água do mar, nem piscina. No máximo, com o verão.


Ela é causada por fungos do gênero Malassezia, que são leveduras comuns na pele. Estão em cerca de 20% das crianças e em mais de 90% dos adultos.


As manchas redondas ou ovais, cobertas por escamas finas, que vão da cor branca ao tom avermelhado, aparecem quando há condições favoráveis para proliferação do fungo. Aí, vem a associação com o calor: o suor excessivo é ambiente perfeito para ele. Desnutrição, uso de anticoncepcionais, corticoides ou imunossupressores também facilitam a proliferação.


As manchas são mais frequentes em adolescentes e adultos jovens, pois estes têm maior atividade da glândula sebácea, responsáveis por provocar a oleosidade da pele. Ou seja, não há transmissão de pessoa para pessoa, nem ao dividir uma roupa ou toalha de mão.


Sandra Dinato, responsável pela disciplina de Dermatologia no Centro Universitário Lusíada (Unilus), explica que quando essas manchas são maiores, geralmente indicam a chamada ptiríase alba, "que não é fungo. É uma predisposição individual que necessita de hidratação na pele. Se não hidratar ou proteger com filtro solar, não vão embora. Mas, também não é transmissível", conta, sobre as marcas na pele que não preocupam, mesmo quando se divide a piscina.


É preciso distância


Segundo a especialista, entre as doenças de pele facilmente transmitidas na praia, está o famoso bicho geográfico. Seu nome verdadeiro é larva migrans, justo porque larvas de parasitas do gênero Ancylostoma entram na pele e migram, deixando a marca onde vão.


O maior número de contágios ocorre na areia da praia ou em faixas arenosas de parques infantis previamente frequentados por cães ou gatos infestados. Não é preciso que a larva esteja visível para penetrar na pele. Apenas os ovos são suficientes.


"Por isso, melhor os pais não brincarem com as crianças de cobri-las inteiras com areia. É perigoso ocorrer uma infestação maciça. Pode brincar na praia, mas não até o pescoço", alerta a médica, sobre o problema que causa lesão avermelhada semelhante à picada de insetos e com coceiras.


Impinge


Outro problema comum e transmissível tem o apelido de impinge. Segundo a dermatologista, são as "rodinhas vermelhas com bordas nítidas e centro aparentemente normal. Na verdade, se chamam tinhas", diz. As tinhas são comuns na região da virilha e pé, e são causadas por fungos. Por isso, é preciso uma série de medidas para evitar contágio.


Esses fungos podem estar no chão (geofílicos), nos animais (zoofílicos) e em seres humanos (antropofílicos). Bordas de piscina, banheiros de clubes e gramados podem ser locais de transmissão.


Por conta da quantidade de diferentes problemas de pele, é importante sempre ir ao dermatologista para avaliar cada caso e ter indicação correta de tratamento, para curtir o verão, piscina e calor sem medo.


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