'Gordura dolorosa' malvascular: Uma em cada 9 mulheres sofre com o problema

Uma em cada nove mulheres sofre com o lipedema, que atinge os membros inferiores

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  14/12/20  -  00:49
Problema atinge membros inferiores
Problema atinge membros inferiores   Foto: Imagem ilustrativa/Unsplash

Onze por cento das mulheres sofrem com o lipedema, segundo o Ministério da Saúde. A doença, também conhecida como síndrome da gordura dolorosa, atinge, principalmente, as mulheres acima dos 30 anos. Quem sofre com a enfermidade apresenta queixas de “pernas gordas” em relação ao corpo, hematomas que aparecem com facilidade e sensibilidade ao toque.


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Segundo Veridiana Brito, cirurgiã vascular, apesar de ser uma disfunção hereditária em 60% dos casos e não ter cura, o lipedema pode ser controlado, com resultados satisfatórios.


“Muitas pacientes reclamam de que fazem regimes rigorosos e não conseguem eliminar a gordura das pernas. É por isso que o lipedema requer uma atenção especial. Drenagem linfática, exercícios físicos, dieta adequada e tratamento da parte vascular são alguns dos caminhos”, explica a médica, que não descarta suporte psicológico por se tratar de uma doença que mexe com a estética.


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De acordo com a cirurgiã, o mal pode causar outros transtornos, caso não tratado. Entre eles, estão as dificuldades ao caminhar e problemas na região dos joelhos. 


Diagnóstico


Conforme o cirurgião vascular Alexandre Campos Moraes Amato, o diagnóstico pode ser feito clinicamente, com anamnese, exame físico, conversa e exame médico. “Tomografias e ressonâncias também podem ajudar, porque mostram o aumento da gordura inferior em desproporção. Há, ainda, outro (exame), a densitometria óssea, no qual a probabilidade de ter lipedema pode ser calculada”, diz.


O médico explica que há protocolos em estudos para que se permita o diagnóstico pelo ultrassom. “Há trabalhos mostrando marcadores no sangue que podem sugerir diagnóstico de lipedema. Mas, basicamente com anamnese e exame físico, já é possível”, afirma.


Os sinais de alerta são deposição de gordura nas pernas, dores, cansaços, hematomas em membros inferiores e uma mudança após grande variação hormonal. Há, também, celulite nas pernas e coxas, além da desproporção corpórea, devido à qual a parte de cima do corpo é mais fina que a de baixo – embora também haja lipedema em braços também, segundo o médico.


Tratamento


O tratamento pode minimizar a progressão da doença. Se não tratada, em casos graves, a enfermidade pode evoluir para um linfedema, que é um acometimento mais grave do sistema linfático, caracterizado por um inchaço ainda maior.


“Além do tradicional, há outra etapa complementar que pode ser feita, de acordo com cada caso: a lipoaspiração. Ela irá reduzir ainda mais a gordura nos joelhos, por exemplo, e melhorar o contorno das pernas da paciente”, explica Veridiana.


Amato ressalta que cuidar do lipedema requer começar pelo que mais incomoda o paciente em cada estágio.


“Nos estágios iniciais, revertemos ou estacionamos a doença só com tratamento clínico. Nos mais avançados, precisa-se de cirurgia, com lipoaspiração específica que poupa os vasos linfáticos. Obviamente, cada tratamento tem um objetivo diferente”, conclui.


Aos primeiros sintomas da doença, como pernas com acúmulo de gordura desproporcional, inchaço e sensação de peso nos membros afetados, deve-se procurar ajuda médica. Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor e mais rápido será seu resultado.


Causa


É provável que vários fatores estejam envolvidos, mas a natureza hormonal apresenta-se como o fator mais importante. Lipedema frequentemente se apresenta pela primeira vez durante a puberdade, embora o uso de contraceptivos orais, a gravidez e a menopausa também apareçam ser gatilhos. O aparecimento da doença após períodos de ganho de peso significativo também foi relatada. Há também evidências de uma predisposição genético para lipedema. Um histórico familiar da doença foi encontrado em 15%-64% dos pacientes.


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