Fuja dos incômodos do terçol, lesão nos olhos mais frequente no verão

Incômodo surge, principalmente, devido ao aumento da oleosidade de nossa pele, uma consequência direta dos dias mais quentes

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  29/12/19  -  18:11
No verão, lesão nos olhos se torna mais frequente
No verão, lesão nos olhos se torna mais frequente   Foto: Imagem ilustrativa/Amanda Dalbjörn/Unsplash

Com o verão na área, algumas doenças se tornam frequentes. Uma delas é o terçol, que causa incômodo e surge, principalmente, devido ao aumento da oleosidade de nossa pele, uma consequência direta dos dias mais quentes. Ter atenção redobrada é fundamental.


“O hordéolo [terçol] acontece porque, conforme sobe a temperatura, aumenta a secreção da oleosidade. Ficamos mais suscetíveis à obstrução dessas glândulas, que causam calázio ou terçol”, explica Marcelo Colombo, professor da Unilus e diretor clínico do Hospital Oftalmológico Visão Laser.


A lesão acontece porque essas glândulas, que sempre produzem secreção, ficam entupidas por causa desses efeitos externos. Entre as mulheres, joga contra a falta de remoção da maquiagem.


O terçol começa com uma leve dor no local da glândula que ficou entupida. A inflamação causa um edema (inchaço), que gera uma pontinha amarela (bolinha na pálpebra). Geralmente, os sintomas passam em três dias, porque a bolinha estoura.


De acordo com o oftalmologista João Baptista Malta, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, processos inflamatórios crônicos da base palpebral (blefarite), oleosidade excessiva da pele e uso crônico de lentes de contato também podem ser responsáveis pelo terçol.


O que pode acontecer, segundo Colombo, é a bolinha não estourar e permanecer na pálpebra. “Mas cerca de 90% dos terçóis se curam sozinhos”. Nos outros 10%, são indicados remédios com acompanhamento médico.


O tratamento é feito basicamente com calor e hidratação. Os cuidados iniciais podem ser feitos em casa, com limpeza da base palpebral com xampus de pH neutro, compressas de água mineral ou filtrada quente e massagem local, na tentativa de drenar a secreção da glândula. Para as mulheres, a dica é retirar a maquiagem corretamente.


“Quem vai muito à praia também deve se preocupar com a higienização correta quando sair desse local. Às vezes, um grão de areia já causa terçol. Quem tem pele oleosa precisa ficar ainda mais atento”.


Ele indica que as pessoas com maior tendência à oleosidade, como os adolescentes, devem ter atenção redobrada. Ou até mesmo quem se expõe a fatores de risco, como trabalhadores que atuam nas ruas e pessoas expostas a muita poeira.


“O inchaço na região da pálpebra não proporciona alteração de visão. Mas se qualquer coisa diferente disso ocorrer, deve-se procurar um oftalmologista. Em geral, compressa e água morna solucionam. Se passar dos três dias, procure o oftalmo”.


Tempo seco


Malta explica que não existe uma ligação entre tempo seco e terçol. “Não existe nenhuma evidência científica que correlacione tempo seco com aumento de incidência de terçol. O que frequentemente ocorre é a piora de sintomas de olho seco, como sensação de corpo estranho e vermelhidão ocular, que devem ser tratados com colírios lubrificantes”.


Ele aconselha que pacientes com predisposição a apresentar terçóis de repetição devem ter acompanhamento médico regular.


“Cuidados com higiene e mãos limpas são o melhor remédio para evitar a transmissão de vírus e bactérias. Lave as mãos várias vezes ao dia e evite passar o dedo no local em que apareceu o terçol”.


Calázio também incomoda, mas não apresenta sinais de infecção


Embora sejam doenças que acometam o olho, o terçol e o calázio são diferentes – somente a primeira apresenta infecções.


O terçol (ou hordéolo) é provocado pela inflamação das glândulas Zeis e Moll, mais próximas da borda externa das pálpebras.


Já o calázio (ou chalázeo) surge a partir da inflamação das glândulas de Meibomius, localizadas logo atrás dos cílios, mais próximas da borda interna da pálpebra, mas não se trata de uma infecção.


Geralmente, o calázio atinge pessoas entre 30 e 50 anos, que também têm rosácea ou blefarite (inflamação das bordas das pálpebras).


O aparecimento frequente dos calázios pode indicar que há algum defeito de refração do olho, porque ele faz mais esforço para deixar a visão nítida.


Tanto os calázios quanto o terçol costumam regredir espontaneamente. No caso do calázio, a dor normalmente é mais leve.


Atenção total


Nos dois casos, especialistas indicam que subestimar os riscos é um perigo. Procurar um oftalmologista para um diagnóstico correto e tratamento médico é sempre primordial quando há alguma lesão nas pálpebras, principalmente se elas se repetirem com frequência.


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