Exame de rotina: tem que fazer

Conforme especialistas em saúde, é preciso estar atento a cada caso e conversar com o médico sobre como proceder em meio ao novo coronavírus

Por: Tatiane Calixto & Da Redação &  -  15/11/20  -  23:44
Mudanças na portabilidade de carência passam a valer a partir de 3 de junho
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Se puder, fique em casa. Essa orientação, tantas vezes ouvida durante a pandemia da covid-19, é clara. Porém, o novo coronavírus não é a única ameaça ao nosso corpo. E na hora de decidir se é melhor manter o isolamento ou realizar os exames de acompanhamento e rotina, muitas pessoas ficam na dúvida. Conforme especialistas em saúde, é preciso estar atento a cada caso e conversar com o médico sobre como proceder.


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Segundo Gustavo Eder Sales, médico intensivista do Hospital Albert Sabin, de São Paulo, neste momento de pandemia, já foram estabelecidos protocolos que fornecem alguma segurança para a realização de atividade cotidianas. Dessa forma, o uso de máscara para cobrir o nariz e a boca, a higienização constante das mãos e os cuidados adotados pelos próprios estabelecimentos de saúde ajudam.


“É importante, mesmo nesse período que estamos atravessando, manter o cuidado com a saúde e cuidar das outras doenças já existentes antes da covid-19". 


Segundo ele, é possível a realização de exames de rotina e check-up com segurança, já que as próprias unidades de saúde estão tomando as medidas necessárias para o atendimento.


“Aqui no Hospital Albert Sabin, por exemplo, possuímos áreas isoladas, medidas de prevenção com limpeza dos ambientes, distanciamento e demais cuidados”, exemplifica o médico.


Importância


Diante disso, Sales afirma que manter a rotina, em algumas situações, é o melhor a se fazer. Esse é o caso, segundo ele, de portadores de doenças crônicas, que em sua maioria devem fazer exames de controle para otimização da terapêutica - melhorar ou modificar o tratamento - e constatação da evolução da doença.


“Nesses casos, há uma maior importância na realização da avaliação, pois não podemos priorizar um cuidado em detrimento a outro que poderá evoluir de forma similar ou até mesmo mais grave”.


Um exemplo dado pelo médico são os pacientes com patologias renais, casos em que o não acompanhamento pode levar a uma doença crônica com necessidade de hemodiálise.


Há situações, inclusive, que podem causar arritmia cardíaca grave em decorrência do descontrole dos níveis de eletrólitos. Essas substâncias são responsáveis pelo transporte de água para dentro das células e também pelos impulsos elétricos do corpo.


Esse pacote é considerado vital para os movimentos musculares, o funcionamento de órgãos vitais e uma hidratação eficiente.


Número de mamografias desaba


A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) fez um alerta para a queda no número de mamografias em decorrência da pandemia e como isso pode impactar no volume de complicações da doença. 


Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, até o fim deste ano, 66 mil novos casos de câncer de mama terão surgido no País. Paralelamente, o número de mamografias realizadas, no Brasil, caiu 84% desde março, quando teve início a pandemia de covid-19. 


Em meio às mulheres diagnosticadas com a doença, observou-se atraso no início do tratamento. Assim, no atual cenário de acesso ao diagnóstico, projeta-se que a curva ascendente da quantidade de vítimas se intensifique. 


Idosos sofrem mais


Segundo o mastologista Guilherme Novita Garcia, membro da Comissão Nacional Especializada em Mastologia da Febrasgo, “o atraso no diagnóstico e tratamento da doença prejudica todas as faixas etárias. Mas, o impacto da pandemia foi, sem dúvida, muito maior na população com mais de 60 anos. Foram estas as pessoas que tiveram maior necessidade de isolamento social e, consequentemente, ficaram sem acesso aos diagnósticos e tratamentos”. 


O segundo vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Robson Moura, salienta que pacientes com doenças crônicas como diabetes, obesidade, problemas cardíacos ou câncer devem manter a rotina de exames e consultas. “A rotina destes pacientes não pode ser alterada sem a autorização médica”. 


Já pessoas jovens, saudáveis e sem histórico familiar de doenças genéticas fazem parte de um grupo que, conforme Moura, pode aguardar um pouco mais. Porém, o mais importante, segundo ele, é ter esse aval do médico. “Deve-se verificar ainda sintomas emocionais e alterações psicológicas, pois a pandemia está afetando a todos, de uma forma ou de outra”.


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