Entenda os cuidados para evitar a doença do pombo

Uma morte registrada esta semana acende o alerta sobre a criptococose, causada por fungos presentes nas fezes das aves

Por: Da Redação  -  28/07/19  -  00:59
A criptococose já causou pelo menos duas mortes em Santos este ano e preocupa as autoridades
A criptococose já causou pelo menos duas mortes em Santos este ano e preocupa as autoridades   Foto: Vanessa Rodrigues

A criptococose é causada por fungos e pode ser letal. Nesta semana, uma morte foi registrada na região em decorrência da doença, o que reacende o sinal de alerta em relação aos cuidados com fezes de aves. Conhecida popularmente como doença do pombo, a enfermidade é causada pelo fungo do gênero cryptococcus.


O principal reservatório deste fungo é a matéria orgânica presente no solo, em frutas secas, árvores e nas fezes de aves, principalmente dos pombos.


A transmissão ocorre por inalação. Segundo o médico infectologista Marcos Caseiro isso acontece, principalmente, ao se limpar ou remexer as fezes secas das aves. 


“Ao respirar, o fungo vai para os pulmões e, ali, pode evoluir para uma pneumonia grave”, detalha. Os sintomas são de uma pneumonia, mas o tratamento antifúngico é completamente diferente do que o utilizado nas pneumonias mais comuns. 


“Por isso, o diagnóstico correto e rápido é fundamental. E esse é um problema, porque se você perde muito tempo nesse diagnóstico, a situação pode se agravar”.


Depois de inalado, o fungo pode ter um outro caminho: cair na corrente sanguínea. Se isso acontece, explica Caseiro, o cryptococcus pode se instalar no cérebro, evoluindo para uma meningite. 


“Neste caso, os sintomas são febre, uma cefaleia muito intensa provocada pela pelo aumento da pressão no cérebro, além de rigidez da nuca”. Além disso, Caseiro alerta que pode acontecer da pessoa infectada apresentar vômito sem náusea e visão dupla.  


Caseiro salienta que é importante ficar claro que o fungo se multiplica nas fezes do pombo. Isso significa que a ave não elimina fezes com o fungo. 


“Por isso, temos que ter cuidado ao limpar lugares que acumulam os excrementos como sótãos, igrejas, telhados e ar-condicionado”.


Limpeza


Segundo o veterinário da Seção de Vigilância e Controle de Zoonoses de Santos, Laerte Carvalho, é extremamente importante tomar alguns cuidados a limpar locais com fezes secas de pombos. “Primeiro, é preciso molhar o local com água com cloro. Porque ao varrê-los secos, a poeira contaminada sobe e é inalada”. Usar máscaras e luvas também é uma medida de prevenção.


Por outro lado, diz Carvalho, é importante conscientizar a população da importância de não alimentar os pombos e criar barreiras para que eles não façam ninhos em telhados, sótãos ou outros locais do tipo. 


“Tentar controlar a população da ave é importante para a saúde pública”, afirma ele, explicando ainda que a Prefeitura tem o grupo de Informação, Educação e Comunicação que visita empresas, escolas, associações de bairro orientando a população também sobre este assunto.


Cidades

De forma geral, as cidades tentam orientar a população sobre os perigos trazidos com os pombos. A Prefeitura de Guarujá informa que o setor de Zoonozes, em conjunto com a Vigilância Sanitária, realiza fiscalizações e vistorias, mediante reclamações de munícipes. 


Em São Vicente, por meio do Departamento de Zoonoses, o principal trabalho é orientação sobre como impedir a convivência das pessoas com os pombos urbanos, principalmente, evitando que eles ocupem espaços em áreas de circulação humana. Para isso, aconselha as pessoas usarem redes e grades e evitar oferecer alimentos ou deixar restos de comida nas ruas. A Prefeitura de Cubatão afirma que fazem parte das ações de rotina do Serviço de Zoonoses, visitas domiciliares e atividades em escolas e indústrias para orientação.


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