Dengue infecta 60 pessoas na Baixada Santista em um mês; veja como se cuidar

Os casos da doença cresceram 7,54% nas nove cidades da região de 2019 para 2020

Por: Nathália de Alcantara  -  08/02/21  -  22:31
Aedes aegypt é o transmissor da dengue, além de outras doenças
Aedes aegypt é o transmissor da dengue, além de outras doenças   Foto: Reprodução

Os casos de dengue cresceram 7,54% nas nove cidades da Baixada Santista de 2019 para 2020. Por isso, todo cuidado é pouco para evitar um boom da doença este ano, alertam especialistas ouvidos por ATribuna.com.br. Por enquanto, a região confirmou 60 infectados, uma redução de 54% na comparação com janeiro do ano passado, mas o alerta segue de pé: nada de deixar água parada.


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Ano passado, 2.339 tiveram a doença, contra 2.175 casos em 2019. Na comparação entre janeiro nos dois anos, são 29 doentes em 2019 contra 131 em 2020.


>> Confira outras informações sobre a doença


Segundo o infectologista Eduardo Santana, é importante nos mantermos alerta pois a doença tem ciclos.


“A doença costuma vir com força total e muitos casos em um ano. O que não acontece no ano seguinte. Mesmo assim, tudo depende dos nossos cuidados. Se relaxarmos, teremos de lidar com muitos casos de dengue além da preocupação atual com a covid-19”.


Ele explica que muitas pessoas estão confundindo os sintomas de dengue com os de coronavírus, mas que são totalmente diferentes.


“As manchas e a coceira na pele, além de dor atrás dos olhos, são sintomas típicos de dengue e que não aparecem em pacientes com covid-19. Por outro lado, as duas doenças podemcausar perda do paladar e apetite e febre alta”.


Em todo caso, o indicado é procurar um médico assim que não se sentir bem. “O ideal é correr até um profissional, que fará exames para detectar a doença e iniciar o tratamento adequado para o caso”, resume Eduardo.


Casos graves


Para quem acha que a dengue não passa de algo parecido com uma gripe, saiba que a sua forma mais grave, a hemorrágica, pode matar. Ela acontece quando a pessoa infectada sofre alterações na coagulação sanguínea.


No geral, a dengue hemorrágica é mais comum quando a pessoa é infectada pela segunda ou terceira vez. Os sintomas iniciais são parecidos com os da dengue clássica, mas depois do terceiro ou quarto dia surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros órgãos.


“A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em água limpa e parada. Então, estamos na estação ideal para que ele se desenvolva muito bem, com sol, calor e muita chuva”, explica o infectologista Ronaldo Sampaio.


Curiosidades


A transmissão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias de ter se contaminado depois de picar alguém com a doença, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida - algo em torno de 45 dias.


O ciclo de transmissão acontece quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Depois, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas.


Quando o indivíduo é picado, demora de três a 15 dias para a doença se manifestar, diz Ronaldo. “Os ovos que carregam o embrião do mosquito da dengue podem suportar até um ano no seco e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação desse mosquito”.


Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias. Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia de adulto. Depois, as fêmeas se alimentam de sangue, que possui as proteínas necessárias para os ovos.


Orientações


“Se existe suspeita de dengue por conta dos sintomas, o indicado é ir direto ao hospital mais próximo. O diagnóstico de certeza é feito com o exame de sangue ou sorologia para dengue. O exame leva até quatro dias para ficar pronto. No atendimento, outros exames serão feitos para saber se há gravidade” -Ronaldo Sampaio,Infectologista


“Não existe tratamento específico contra a dengue. Tomar muito líquido para evitar desidratação e usar medicamentos para baixar a febre e analgésicos sãoas medidas mais indicadas aos pacientes para aliviaros principais sintomas” -Eduardo Santana,Infectologista


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