A quarentena para evitar a evolução de casos de coronavírus levou muitos profissionais a trabalharem em casa. Mas, com o passar dos dias, o corpo começa a sentir os problemas provocados pela má postura. O principal é a dor na coluna.
Os móveis não planejados para o trabalho são o maior gargalo. A mesa ou a cadeira não estão na altura adequada e braços e punhos ficam tortos ao digitarem algo no computador, que normalmente não está na linha dos olhos, forçando o pescoço.
O médico ortopedista Henrique Biaggioni reforça que essas posições pouco anatômicas geram uma “fadiga na musculatura” que pode “potencializar um problema preexistente na coluna”. Segundo ele, pesquisas apontam que 80% das pessoas terão, em algum momento, dores na coluna. Dessas, 40% com comprometimento ciático - na lombar. Por isso, fortalecimento e alongamento são prioridade.
Mas, para evitar a dor, não é preciso mudar a mobília da casa toda. Com algumas adaptações é possível minimizar as dores no corpo. Se a pessoa já tem o hábito de trabalhar em casa, é preciso pensar em criar um ambiente mais propício.
“Podemos melhorar a iluminação e acrescentar exercícios e alongamentos, fazendo pausas importantes para hidratação do disco intervertebral (articulação entre as vértebras da coluna) e relaxamento muscular”, diz o fisioterapeuta e quiropraxista Atef Yassin.
Alongar é preciso
A médica ortopedista Erica Cecília Arantes de Gerard Ferreira destaca que os alongamentos são vitais. Além das dores nas costas, as tendinites podem surgir com a má postura no trabalho. “Se não forem tratadas, podem evoluir para crises de dor intensa, com contraturas, formigamento e diminuição de força”.
De acordo com Yassin, os alongamentos devem começar antes da pessoa pensar em tirar os pés da cama, assim que acordar, e a cada duas horas, durante o turno do home office.
“É importante para relaxar e até para a hidratação. Deve-se fazer uma caminhada, porque a perna também chega a inchar. A cada posição de alongamento, temos que segurar de 30 a 40 segundos, para haver o relaxamento da musculatura”.
Essas orientações visam reduzir as dores e podem evitar a procura pelos prontos-socorros em tempos de novo coronavírus, mas existem alertas.
“A melhora (da dor) geralmente ocorre dentro de dois a três dias depois do início dos sintomas. Se dentro de sete a dez dias nada mudar, mesmo usando anti-inflamatórios, o paciente terá que buscar auxílio profissional para um exame físico detalhado”, orienta Biaggioni.