Os primeiros resultados de estudos clínicos comprovam que a coronavac é a mais segura entre as vacinas testadas no mundo. A informação foi divulgada pelo Governo do Estado, que aponta a necessidade da participação de novos profissionais da saúde como voluntários para o avanço da pesquisa. A ideia é que um dossiê sobre a imunização seja encaminhado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até dezembro.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, é a mais segura entre todas as testadas por apresentar o menor índice de efeitos colaterais. As informações foram obtidas com o acompanhamento de 9 mil voluntários brasileiros já vacinados no país.
Após sete dias da aplicação, os pesquisadores observaram apenas efeitos colaterais leves, como de cabeça e no local da aplicação. Não foram registrados efeitos colaterais graves e nem febre alta. Por outro lado, as demais vacinas apresentaram, no mínimo, 18% de incidência de febre.
“O sintoma mais frequente foi dor no local, num patamar de 18% entre todos os que receberam placebo ou vacinado (com a coronavac). E outras reações insignificantes do ponto de vista estatístico. O outro foi dor de cabeça, que pode estar relacionada com a vacina ou não. E os demais efeitos são menores que 5%, mialgia, fadiga, calafrios e assim por dia”, afirmou Covas.
De acordo com o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchtey, a Baixada Santista e o interior registraram quedas 14,3% no número de casos, 26,5% no registro de óbitos e 25,8% nas internações na 42ª semana epidemiológica.
“Estamos com o menor índice de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) em toda a pandemia”, destacou o secretário, se referindo aos 40,8% de utilização no Estado.
Voluntários
“Precisamos ainda de voluntários e nós estamos dependendo muito deles para poder dar rapidez ao processo”, destacou Covas.
Segundo o coordenador do Centro de Contingência contra o coronavírus, João Gabbardo, a falta de voluntários é um entrave para a finalização do estudo. Isto porque é preciso é atingir o número mínimo de infectados entre o grupo para saber se a incidência da doença foi maior entre o grupo placebo do que entre o grupo vacinado.
Para a conclusão da primeira análise da eficácia da coronavac, serão necessários 61 casos de contaminados entre os voluntários. Porém, como a circulação do vírus diminuiu nas últimas semanas, chegar ao número mínimo de infectados torna-se mais difícil ou demorada.
Esta etapa é necessária para o registro da vacina junto à Anvisa. A partir daí, a agência reguladora fará a análise da vacina.
Se for comprovada a eficácia da vacina, a Sinovac vai fornecer 46 milhões de doses ainda este ano. Uma parte delas será entregue pronta ao Estado. O restante terá a produção finalizada em fábrica do Butantan, na capital.