Coração da mulher: doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre elas

Com a pandemia, esse cenário se agravou ainda mais com o adiamento dos cuidados preventivos

Por: Nathália de Alcantara  -  28/03/21  -  13:40
Cenário se agravou durante o período da pandemia da Covid-19
Cenário se agravou durante o período da pandemia da Covid-19   Foto: Reprodução

Ao longo dos anos, as mulheres ganharam espaço no mercado de trabalho e papel fundamental na sociedade, sem abandonar as demandas de casa e dos filhos. Há 60 anos, os homens morriam muito mais de infarto do que as mulheres. Hoje, essa relação está praticamente equilibrada.


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As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres, segundo o Ministério da Saúde. Esse problema já atinge um terço dos óbitos de mulheres no mundo, conforme estudo da Organização Mundial de Saúde.


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Na prática, isso corresponde a 8,5 milhões de mortes por ano e mais de 23 mil por dia. Com a pandemia, esse cenário se agravou ainda mais com o adiamento dos cuidados preventivos fundamentais para redução dos riscos causados por doenças cardiovasculares.


De acordo com a cardiologista e gestora médica do Centro Diagnóstico do Grupo Fleury, Paola Emanuela Poggio Smanio, o maior adversário da saúde cardiológica feminina é o desconhecimento.


“Mulheres, geralmente, chegam à menopausa ignorando o fato de que essa fase exigirá mais cuidados, por ser um período marcado por mudanças hormonais e metabólicas, ganho de peso e aumento dos níveis de colesterol. Aumentam os riscos de eventos cardiovasculares”.


Para ela, é fundamental manter os cuidados com a saúde do coração, mesmo no momento atual.


“O acompanhamento deve ocorrer desde cedo e permanecer em várias etapas da vida, principalmente agora, durante a pandemia. É importante investigar a existência de qualquer sintoma atípico”, recomenda.


Prevenção


O movimento social Coração da Mulher – Cuidado a Cada Batimento, surgiu este mês justamente com o objetivo de conscientizar sobre prevenção e hábitos saudáveis para reduzir problemas cardíacos e mortalidade entre as mulheres. As atividades são publicadas no Instagram @coracaodamulher.


Para o presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), João Fernando Monteiro Ferreira, os dados mostram algo que é visível há tempos: as mulheres recebem menos atenção quando se trata de saúde do coração, se comparado aos programas de conscientização para o combate ao câncer.


“Infelizmente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte da população feminina no mundo todo, mas poucas conhecem essa informação”, diz ele. “Temos de voltar a discutir conscientização e programas preventivos para deixarmos de tratar de doenças. Queremos promover a qualidade de vida”, defende o médico.


A bioquímica Lídia Abdalla, presidente executiva do Grupo Sabin, defende que as mulheres tenham esse suporte em casa para se cuidar.


“Temos acompanhado casos graves de doenças que foram subestimadas na pandemia, e que poderiam ser evitadas. É importante que as mulheres tenham esse apoio, principalmente agora, quando as doenças cardíacas ganham mais espaço com todas as pressões sociais, familiares e o maior adiamento das rotinas de cuidados com a saúde”.


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