Desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech, a vacina Covaxin será destinada às clínicas privadas no Brasil. De acordo com o jornal Valor Econômico, cinco milhões de doses do imunizante irão para o setor privado após negociações entre a companhia, a Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC) e a importadora Precisa Medicamentos. Porém, é importante ressaltar que os testes da fase 3 ainda não foram concluídos, por isso, a vacina ainda precisaria da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
As conversas entre a ABCVAC e a Bharat Biotech geraram um debate sobre a oferta de vacinas pelo setor privado e representantes da associação chegaram a viajar para Índia para concluir diálogo com o laboratório.
Os detalhes da negociação chegaram até os integrantes da associação no último dia 23 e o prazo final para acertar as importações é a próxima sexta-feira (29), conforme informação do jornal Valor Econômico. Para a reserva do imunizante, é necessário pagar 10% do montante do valor firmado em contrato, porém, este poderá ser devolvido caso não haja autorização da Anvisa.
O pagamento será feito pelas clínicas diretamente à Precisa Medicamentos e o preço de cada unidade varia de acordo com o lote encomendado. Além do pagamento de 10% inicial, as clínicas deverão pagar 50% do valor quando a Anvisa liberar o uso e a importação da Covaxin e os outros 60% no momento da entrega das vacinas.
Cada clínica irá poder adquirir o mínimo de 2 mil doses e o teto estabelecido, segundo o jornal, será de 400 mil doses. Os valores unitários partem de US$ 32,71 (R$ 176) para quem comprar acima de 100 mil vacinas. Desta forma, o investimento aumenta gradualmente conforme as aquisições são reduzidas: US$ 34,33 (184,53) entre 50.001 e 100 mil doses, US$ 36 (R$ 193,51) para encomendas de 12.001 a 50 mil, US$ 38 (R$ 204,26) para lotes de 7.201 até 12 mil doses e US$ 40,78 (R$ 219,20) por unidade para as clínicas que adquirirem entre 2 mil e 7,2 mil.
Autorização da Anvisa
A Bharat Biotech pretende concluir os estudos de fase 3 até o fim de fevereiro. Desta forma, a expectativa da companhia é que a Covaxin esteja disponível no setor privado brasileiro até abril.
Porém, de acordo com as regras da Anvisa, a comercialização de imunizantes para as clínicas particulares não é permitida durante o regime de uso emergencial. Além disso, o imunizante poderá ser vetado pelo mesmo motivo que não permitiu a solicitação de autorização da russa Sputnik V no Brasil: a exigência de condução de testes clínicos no país.
* Com informações do Extra