Brasil já pode ter 20 casos de reinfecção por coronavírus durante a pandemia

Pesquisas nacionais foram reveladas após Hong Kong confirmar o primeiro caso esta semana

Por: Por ATribuna.com.br  -  26/08/20  -  13:14
Existem pelo menos dezesseis possíveis casos em investigação pela Universidade de São Paulo (USP) 
Existem pelo menos dezesseis possíveis casos em investigação pela Universidade de São Paulo (USP)    Foto: Alexsander Ferraz/AT

A Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) investigam 20 casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19 no Brasil. Deste total, ao menos oito pacientes estão sendo monitorados no Estado de São Paulo. As pesquisas sobre eventual mutação do vírus em solo nacional surgem após a confirmação da primeira reinfectado do novo coronavírus no mundo, em Hong Kong, na segunda-feira (24).


A reinfecção pode indicar que a imunidade contra o vírus seria temporária e deve ter impacto direto no desenvolvimento de uma vacina. Isso porque uma dose única do imunizante não seria suficiente para garantir proteção por longo prazo, avaliam pesquisadores.


Existem pelo menos dezesseis possíveis casos em investigação pela Universidade de São Paulo (USP) – sendo oito deles moradores do Estado –, e quatro no Rio, coordenados pela Fiocruz.


O primeiro caso reportado pela USP, no início de agosto, foi de uma técnica em enfermagem de 24 anos que voltou a ter sintomas pouco mais de um mês após testar positivo. No primeiro laudo positivo, em 13 de maio, os sintomas amenizaram em 10 dias e ela passou os 38 seguintes assintomática. Depois, em 27 de junho, acordou com forte dor de cabeça, muscular e de garganta, mal-estar, febre, perda de olfato e paladar.  


Após cinco dias com os novos sintomas, ele teve laudos informando positivo para Covid-19. Os sintomas sumiram 12 dias após, mas a dor de cabeça e a perda parcial do olfato persistiram até 6 de agosto, quando a pesquisa foi divulgada. Na época, ela ainda testava positivo. 


O governo paulista anunciou semana passada que o Hospital das Clínicas preparou um ambulatório específico para pacientes que apresentem sinais de possível reinfecção. O Estado afirma que o objetivo é identificar a dinâmica em caso de recorrência de reinfecção.  


Primeiro caso no mundo 


O estudo divulgado nessa segunda-feira (24), por pesquisadores da Universidade de Hong Kong, mostra que um homem de 33 anos que contraíra o novo coronavírus em abril testou positivo novamente em agosto, após voltar de uma viagem à Espanha.  


A segunda infecção, porém, foi assintomática. Isso sugere que, apesar de a exposição prévia não ter impedido a nova infecção, o sistema imunológico pode ter preservado algum tipo de memória do vírus. 


Há em todo o mundo, sob investigação, vários casos de pessoas que se curaram, mas voltaram a testar positivo tempos depois. A reincidência poderia indicar reinfecção ou retorno da mesma infecção após um período de latência. 


O caso de Hong Kong, porém, é o primeiro em que se pode afirmar com certeza que se trata de uma reinfecção, porque os vírus foram isolados e sequenciados, o que revelou que pertencem a linhagens diferentes. Essa constatação tem impacto em uma futura vacina e também em outro aspecto crucial da pandemia: a possibilidade de uma imunidade de rebanho.


* Com informações do jornal Estado de S.Paulo


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