“Sabia que havia protesto, mas não nessa intensidade”, disse o analista de comunicação e morador de São Vicente Leandro Ordonez, que chegou a Santiago, no Chile, na sexta-feira, para visitar amigos, conhecer melhor a cidade e ver de perto as manifestações.
Os protestos começaram em 18 de outubro devido ao aumento da tarifa do metrô e agora também são contra o governo de Sebastián Piñera e as políticas sociais de maior igualdade.
No mesmo dia em que pisou no país, Ordonez presenciou um dos confrontos mais chocantes do movimento que até o momento já deixou 26 mortos. A imagem de um manifestante sendo atropelado virou notícia no mundo e, agora, o caso será investigado pela procuradoria.
“O que vi ontem se assemelha muito a uma praça de guerra. Me avisaram quando cheguei que os protestos começam de forma pacífica perto das 17 horas. A maioria é muito jovem. À noite, vai chegando um grupo mais radical. Eles vêm vestidos de preto e usam máscaras, algo semelhante aos black blocks no Brasil”.
Localização
Ordonez conta que as manifestações ocorrem exatamente onde ele está hospedado – perto da Praça Itália, onde se concentram os manifestantes.
Justamente pela localização, o dono da casa em que se hospedou através do aplicativo Airbnb deixou um kit de proteção, composto por máscara e capas.
“Não sabia que os protestos eram nessa rua que estou. Sabia que eram perto. Fora dessa região a vida segue normalmente e, às vezes, parece que não está acontecendo nada. O que se vê é apoio (ao movimento), com faixas, bandeiras e buzinadas”.
Segundo Ordonez, a indiferença às manifestações é mais destacada aos imigrantes. “Eles se mantêm mais afastados”.
O analista conta ter sido abordado por manifestantes enquanto estava em um bar com uma amiga perto da zona de protestos.“As pessoas que passavam perguntavam como estávamos lá enquanto estavam protestando”.
De toda forma, ressalta que não há pressão e tampouco reclamações dos habitantes, como moradores contra as ações, os barulhos ou pichações.
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