UFRJ desenvolve teste sorológico para coronavírus 20 vezes mais barato

O objetivo da pesquisa é tornar o teste mais acessível à população

Por: Da Agência Brasil  -  07/09/20  -  21:15
UFRJ desenvolve teste sorológico para coronavírus 20 vezes mais barato
UFRJ desenvolve teste sorológico para coronavírus 20 vezes mais barato   Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolveram um teste sorológico para covid-19 que custa cerca de 20 vezes menos que os testes rápidos disponíveis em farmácias do Brasil. A metodologia, chamada de S-UFRJ, é resultado de uma parceria entre o Instituto de Biofísica e o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).


O custo dos insumos necessários para o teste não passa de R$ 2, quando considerada a saúde pública e organizações não governamentais com isenções tributárias. O custo baixo também vale para estabelecimentos privados, que conseguirão fazer o teste gastando R$ 5, calcularam os pesquisadores.


O teste sorológico da UFRJ consegue captar anticorpos IgG (de longa duração) produzidos pelo corpo humano com precisão que chega a 100% após 20 dias do início dos sintomas. De acordo com os resultados, o método também é capaz de identificar anticorpos dez dias após os sintomas terem começado, mas a precisão cai para 90%.


O teste pode ser realizado com uma gota de sangue retirada da ponta do dedo, o que contribui para uma redução de custos, apesar de ser do tipo Elisa - ensaio de imunoabsorção enzimática, que detecta a presença ou ausência de um anticorpos ou antígeno específico.


Esse modelo de coleta de amostras custa bem menos que extrair o sangue de uma veia do braço com uma seringa, explica uma das coordenadoras da pesquisa, a professora do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ, Leda Castilho. "Nossa metodologia tem a coleta a partir de um furinho na ponta do dedo, e a amostra é embebida em um papel filtro, que, no limite, pode ser um filtro de café", afirma.


O objetivo da pesquisa é fazer com o que o teste sorológico seja mais acessível e também chegue a regiões com menor estrutura laboratorial, destacou a pesquisadora. Com a realização desse tipo de testes, é possível acompanhar a prevalência sorológica de populações mais distantes das capitais e em países de menor renda.


"O que a UFRJ oferece para a sociedade é um teste que pode ser feito na população ribeirinha do Amazonas, no meio do Cerrado ou no interior do sertão nordestino”, complementa a professora Leda.


A metodologia para a realização do teste foi disponibilizada, por meio de publicação científica, para ser replicada por institutos de pesquisa, empresas e governos. A decisão de não patentear e cobrar pela tecnologia, de acordo com a equipe desenvolvedora, faz parte da proposta de tornar o teste mais acessível.


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