Procuradores pedem que Justiça obrigue Bolsonaro a retirar campanha contra o isolamento

Procuradoria quer que o governo federal solte nota, em até 24 horas, falando que a ação 'O Brasil não pode parar' não se baseia em informações científicas

Por: Por ATribuna.com.br  -  28/03/20  -  15:01
Campanha vai contra as orientações sanitárias dos governos estaduais e da OMS
Campanha vai contra as orientações sanitárias dos governos estaduais e da OMS   Foto: Reprodução/Palácio do Planalto

O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ), nesta sexta-feira (27), moveu uma ação civil pública em que solicita a suspensão da campanha "O Brasil não pode parar", do Palácio do Planalto, que estimula ações contra o isolamento social e vai na contramão das medidas sanitárias de autoridades em saúde. Em outro eixo, a Procuradoria-Geral da República pressiona a Justiça para que obrigue Jair Bolsonaro a desmentir os argumentos da publicidade.


A ideia dos procuradores é que o governo federal divulgue uma nota oficial, em até 24 horas, reconhecendo que "a campanha "O Brasil não pode parar" não está embasada em informações científicas, de modo que seu teor não deve ser seguido pela população ou pelas autoridades, como embasamento para decisões relativas à saúde pública". A PGR pensa em uma multa de R$ 100 mil por dia caso o governo federal não cumpra o que foi pedido.


As manifestações em prol desta campanha publicitária, que defende a reabertura do comércio e foi contratada sem licitação no valor de R$ 4,8 milhões, envolveram carreatas por ruas de algumas cidades brasileiras. Comerciantes apoiam Bolsonaro na ação.


Além de ser contrária às orientações dos governos estaduais e da própria Organização Mundial da Saúde (OMS), a "O Brasil não pode parar" remete à campanha italiana intitulada "Milano non si ferma" (em português, Milão não para"), adotada pela prefeitura da capital da Itália no mês passado, antes da Itália chegar ao pico de mortes e casos confirmados do novo coronavírus. Nesta sexta-feira (27), porém, as autoridades italianas admitiram que a estratégia foi um erro.


*Com informações do Estadão.


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