Presos de São Paulo produzirão 320 mil máscaras descartáveis para proteção ao coronavírus

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta terça-feira (24) que detentos do sistema prisional paulista produzirão 320 mil máscaras descartáveis, que serão vendidas a preço de custo para quem precisa se proteger do novo coronavírus. Em coletiva de imprensa, ele divulgou que o Estado ampliará o registro de boletins de ocorrência on-line e informou que os governadores do Sul e Sudeste se reunirão na quarta-feira (25) com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ministros.

Sobre as máscaras, Doria estima que sejam confeccionadas 26 mil peças por dia nas fábricas adaptadas especialmente para a produção deste material. Cerca de 200 reeducandos de várias regiões do Estado, de penitenciárias masculinas e femininas, vão responder pela linha de montagem do produto, para uso em procedimentos simples (não cirúrgicos).

"Serão produzidas 26 mil peças por dia, seguindo os critérios sanitários e de confecção para a produção destas máscaras, que terão um custo para o Governo de São Paulo de R$ 0,80 por peça. É uma atitude correta, solidária e possível de ser feita. Pode ser um exemplo também para outros estados brasileiros". 

Crimes on-line

Durante a coletiva, o governador detalhou como funcionará o portal de registro de boletins de ocorrência on-line em tempos de Covid-19. A Delegacia Eletrônica passará a aceitar, a partir de quarta-feira (25), crimes que antes só eram registrados presencialmente: roubo ou furto a residência, roubo ou furto a estabelecimento comercial, crimes contra o consumidor, roubo ou furto de carga, ameaça e estelionato, entre outros. 

A partir do registro feito pelo no portal, as ocorrências serão avaliadas pela Central Eletrônica de Polícia Judiciária. O delegado, assim que receber a notificação, fará o enquadramento da natureza do crime e adotará as medidas cabíveis, como entrar em contato com a vítima e providenciar diligências e perícias necessárias.

A vítima também vai receber mensagem por e-mail com as devidas requisições de perícia médico-legal, juntamente com uma cópia do boletim de ocorrência finalizado.

Reunião

Sobre a reunião desta quarta, em resposta a uma pergunta de ATribuna.com.br, Doria explicou que um dos principais assuntos com o presidente Bolsonaro será a isenção de impostos a empresários, principalmente do ramo dos restaurantes. Esse pedido foi feito por um coletivo de trabalhadores dessa área para minimizar os efeitos da crise do coronavírus e tentar impedir demissões em massa.

Com a decretação de quarentena a partir desta terça no Estado, empresas de alimentação, como bares e restaurantes, são diretamente atingidos, já que só podem funcionar em esquema de entregas. Durante 15 dias, até mesmo padarias não poderão atender clientes, só vender alimentos prontos, como pães, mas sem consumo no local. As exceções são indústrias e outros ramos do comércio essencial - pet shops também estão livres da medida.

O governador disse que medidas semelhantes a um toque de recolher estão descartadas no momento em terras paulistas. "Tenho plena certeza que as pessoas irão exercer sua cidadania, usando serviços on-line. Confio que a população brasileira e a paulista está ciente da gravidade deste fato".