Prefeitos do ABC paulista compram um milhão de testes de covid-19

Testes devem estar disponíveis na segunda quinzena de abril

Por: Da Agência Brasil  -  31/03/20  -  18:15
Atualizado em 31/03/20 - 18:20
Baixa precisão para testes negativos foi frustrante, mas eles ainda serão úteis para fazer a triagem
Baixa precisão para testes negativos foi frustrante, mas eles ainda serão úteis para fazer a triagem   Foto: Imagem ilustrativa/Associated Press/Estadão Conteúdo

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que reúne prefeitos da região, anunciou a compra de 1 milhão de kits para testes de covid-19. A remessa será dividida proporcionalmente, conforme o total de habitantes, entre os municípios representados, que são: Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.


Em nota, a entidade destaca que a aquisição permitirá aplicar os testes em 36% da população da região. A previsão é de que a compra seja feita até o fim da semana, de modo que o material esteja disponível até a segunda quinzena de abril. Com um custo de US$ 0,80 por kit, o valor estimado da compra é R$ 4,8 milhões e será coberto por recursos do Fundo Municipal de Saúde.


Outra decisão tomada é o lançamento de um programa emergencial de combate à fome nos sete municípios, que deverá ocorrer ainda esta semana. Ao todo, serão distribuídas 20 mil cestas básicas e kits de higiene. A medida foi sugerida após os prefeitos avaliarem que "a ajuda financeira do governo federal será insuficiente para atender a todas as pessoas". Atualmente, cerca de 80 mil famílias da região estão cadastradas no Bolsa Família.


Diálogo com governo federal


O grupo de prefeitos também informou que irá remeter um documento ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em que pede orientações sobre quais procedimentos devem ser adotados frente à pandemia. O discurso do presidente Jair Bolsonaro, em defesa da suspensão das medidas de isolamento social, recomendadas por inúmeros especialistas, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem preocupado os membros do consórcio. Os prefeitos reconhecem que "questionam se o governo federal assumirá também as responsabilidades no caso dessa determinação provocar mais óbitos".


O consórcio também adianta que solicitará ao governo federal um estudo que lhes dê subsídio necessário para mensurar a capacidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), a fim de evitar o colapso da rede. A possibilidade de sobrecarga do SUS foi alertada pelo próprio ministro, no início da pandemia.


De acordo com balanço apresentado pelo Ministério da Saúde, até a tarde desta segunda-feira (30), o Brasil contabilizava 4.579 casos confirmados de covid-19. O total de mortes chega a 159.  O sudeste concentra mais da metade (55%) das infecções pelo coronavírus, sendo que o estado de São Paulo responde por 1.517 dos registros e 113 óbitos.


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