Por engano, 46 pessoas recebem vacina contra Covid-19 no lugar de dose contra a gripe

Entre os imunizados, estão uma gestante e 28 crianças

Por: Por A Tribuna.com.br  -  16/04/21  -  14:42
Atualizado em 16/04/21 - 14:53
Diferença entre ampolas das vacinas contra a Influenza (Gripe) e da Covid-19
Diferença entre ampolas das vacinas contra a Influenza (Gripe) e da Covid-19   Foto: Instituto Butantan/Divulgação

Um engano fez com que 46 pessoas recebessem a vacina contra Covid-19, a CoronaVac, no lugar da dose contra gripe em um posto de vacinação em Itirapina (SP), interior de São Paulo, na terça-feira (13). Entre os vacinados, estão 18 adultos - sendo uma gestante - e 28 crianças.


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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Itirapina, o erro foi percebido durante o controle do estoque das vacinas, na quarta-feira (14), quando foi notada a falta de 46 doses da CoronaVac.


Em Diadema, na Grande São Paulo, outras cinco crianças foram vacinadas nesta semana contra o coronavírus após um erro numa Unidade Básica de Saúde. As crianças têm entre sete meses e quatro anos de idade e deveriam ter sido imunizadas contra a gripe.


O infectologista Bernardino Souto diz que ainda não há estudos clínicos suficientes para determinar os efeitos da Coronavac em crianças e gestantes e que, por isso, os pacientes que tomaram a vacina por engano devem ser monitorados clinicamente.


"É adequado manter essas pessoas sob monitoramento ao longo de algumas semanas ou meses para verificar alguma ocorrência que possa ser relacionada à vacina. No caso das gestantes, é adequado que também seja feito com os recém-nascidos", avalia o infectologista.


De acordo com a Prefeitura de Itirapina, uma técnica de enfermagem enviou erroneamente frascos da Coronavac para o local onde está ocorrendo a campanha de vacinação contra gripe (influenza), na Escola José Cruz.


A campanha de imunização contra a gripe começou na segunda-feira (12). Para não causar conflito com a imunização contra a Covid, a 1ª etapa , que geralmente começa pelos idosos, foi destinada este ano a crianças maiores de 6 meses e menores de 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde.


Prefeitura afirmou não haver riscos


A Secretaria de Saúde de Itirapina comunicou à Vigilância Epidemiológica de Piracicaba sobre a falha e solicitou orientações sobre as medidas a serem adotadas.


“Todas as providências para a segurança dessas pessoas foram tomadas e, segundo orientação dos médicos especialistas consultados, o fato não traz riscos para a saúde dos envolvidos”, afirmou a Prefeitura de Itirapina, por meio de nota.
Ainda segundo a prefeitura, todos os vacinados foram informados pessoalmente, e a Secretaria de Saúde disponibilizou uma equipe médica para avaliação e orientação, com acompanhamento por 14 dias, das pessoas envolvidas.


Nesta quinta-feira (15), 26 pessoas passaram por atendimento médico, entre elas a gestante. No caso das crianças, a avaliação e as orientações foram feitas por uma pediatra.


“É importante salientar que até o momento nenhuma anormalidade foi detectada”, afirmou a prefeitura.


Apuração da responsabilidade


A Secretaria de Saúde informou que as providências na apuração de responsabilidades, na área administrativa e legal, estão sendo tomadas.


O Instituto Butantan informou que não recebeu qualquer notificação sobre o caso em questão no seu setor de farmacovigilância.


Segundo o instituto “conforme indicado em bula, a vacina é indicada para indivíduos com 18 anos ou mais e não há conclusões científicas até o momento de segurança ou eficácia da vacina na população pediátrica ou em gestantes”.


O Butantan orienta que em casos como o ocorrido em Itirapina, as vigilâncias municipais acompanhem e coletem informações individuais das gestantes e das crianças expostas, solicitando que busquem orientação imediata nos serviços de saúde caso apresentem algum evento adverso e que, neste caso, não tomem a segunda dose do imunizante.


Também é recomendável que essas pessoas vacinadas erroneamente com a Coronavac aguardem por 14 dias antes de se vacinarem contra a gripe.


A Secretaria Estadual de Saúde informou que é responsabilidade dos municípios monitorar eventos adversos e seus pacientes.


O Ministério da Saúde disse que irá se informar sobre o caso antes de se pronunciar.


*Com informações do G1


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